Uma professora do Kentucky foi despedida depois de ter sido partilhado nas redes sociais um vídeo onde era vista a arrastar um aluno autista pelos corredores da escola. Trina Abrams, a professora, foi ainda acusada de tentativa de agressão e foi esta quarta-feira presente a tribunal.
Alan Angel, de 9 anos, tinha-se transferido recentemente para a escola e estava a tentar adaptar-se à nova realidade. Alan ficou com feridas nos pulsos e emocionalmente traumatizado, tendo sido assistido na enfermaria da escola, antes de lhe ter sido recomendada assistência médica externa ao estabelecimento de ensino.
Alan tem autismo, défice de atenção, hiperatividade, ansiedade, depressão e impedimento na fala, explicou Angel Nelson, mãe de Alan, numa publicação no Facebook.
A sr.ª Abrams agarrou o meu filho à força pelo pulso e dobrou-o para trás enquanto estava a ter um esgotamento, que por vezes acontece por causa da condição dele. Depois de ele ter largado a cadeira, agarrou-o pelos pulsos e arrastou-o pelo corredor de uma sala para outra, de acordo com as imagens de vigilância da escola. A câmara na sala de aula onde ele estava tinha sido virada para o canto, por isso, infelizmente, não há vídeo dessa sala. De acordo com o meu filho, a professora atirou-o com força para uma cadeira. Depois disto, nunca saberemos o que aconteceu para além dessa porta fechada por causa das limitações de fala do meu filho. Este incidente foi suficientemente violento para não só magoar o meu filho, mas também para estragar os sapatos dele. Tudo isto aconteceu em frente a vários colegas de turma do meu filho".
O incidente aconteceu a 24 de outubro do ano passado, mas só esta semana chegou às notícias, depois de as imagens das câmaras de vigilância da escola terem sido partilhadas no Facebook por Angel.
A mãe levou o filho às urgências, onde o rapaz fez raios-x ao pulso e cóccix. Alan ficou com uma entorse num dos pulsos, o médico diagnoticou-lhe uma possível fratura no pulso esquerdo e, desde então, fez várias ressonâncias magnéticas. No mesmo testemunho, Angel revelou que o filho "ficou com os pulsos inchados e em ferida".
"Com a regressão nas habilidades motoras, como a escrita, abotoar as calças ou apertar os atacadores, terá de fazer terapia ocupacional ainda mais intensa para recuperar habilidades que demoraram tanto tempo a ganhar", desabafou.
Alan foi entretanto transferido, mas a mãe pediu à anterior escola para instalar mais câmaras de vigilância, porque as imagens não mostram tudo o que aconteceu e o filho não consegue falar do incidente, devido a um impedimento da fala.