Os serviços de informações militares das Forças Armadas da Alemanha, MAD, identificaram 550 militares no ativo suspeitos de ligações à extrema-direita, segundo o chefe daqueles serviços, Christof Gramm.
A maioria dos casos – 360 – são novos e foram identificados em 2019, afirma o responsável, numa entrevista publicada na edição deste domingo do diário alemão Die Welt.
A presença de elementos extremistas é especialmente relevante na força de elite KSK, onde foram localizados e afastados 20 casos suspeitos, um número que, proporcionalmente, é cerca de cinco vezes superior ao resto das Forças Armadas (Bundeswehr).
Gramm admitiu a sua preocupação com o número de casos, mas apontou que o aumento decorre também do facto de a agência que dirige estar mais atenta ao fenómeno.
O responsável frisou, no entanto, que essa atenção não está orientada para as opiniões políticas dos militares, que são “livres de escolher a Esquerda ou a AfD (Alternativa para a Alemanha)”, mas para comportamentos extremistas contrários à lei e à Constituição.
A Alemanha tem reforçado a legislação de combate ao extremismo, face ao crescimento dos grupos e simpatizantes de extrema-direita recenseados pelos serviços de informações.
O relatório de 2018 dos serviços de informações internas da Alemanha (Agência para a Proteção da Constituição, BfV), apresentado em junho passado, indicava que os simpatizantes de extrema-direita registados pelos três ramos da secreta alemã atingiram um “número recorde” de 24.100 pessoas.