Tudo o que se sabe sobre o suspeito do ataque de Berlim - TVI

Tudo o que se sabe sobre o suspeito do ataque de Berlim

Anis Amri, cujo documento e impressões digitais foram encontrados no camião que abalroou o mercado de natal em Berlim, foi vigiado durante seis meses pelas autoridades germânicas e estaria em contacto com o Estado Islâmico há vários meses. Encontra-se em parte incerta e as autoridades oferecem até 100 mil euros a quem ajudar a capturá-lo

Anis Amri, 24 anos, 1,78m, 75 quilos, cabelo preto, olhos castanhos. É esta a descrição do suspeito que terá conduzido o camião que abalroou o mercado de natal na Breitscheidplatz, em Charlottenburg, Berlim, na Alemanha, e que as autoridades de todo o espaço Schengen procuram.

De acordo com a imprensa internacional, o jovem oriundo de Tataouine, no sul da Tunísia, deixou o país de origem há sete anos como imigrante ilegal e as autoridades suspeitam que tenha chegado à Alemanha em julho de 2015. Antes de aí chegar, Anis passou por Itália, onde entrou em 2012 e permaneceu durante três anos.

Ao chegar à Alemanha, o tunisino instalou-se num campo de asilo e pediu o estatuto de refugiado. O pedido, feito em abril deste ano, foi recusado e Anis aguardava agora a ordem de expulsão, num processo dificultado pela falta de documentos e recusa da Tunísia em reconhecer que se tratava de um cidadão seu.

Os papéis foram um problema durante muito tempo. Chegaram hoje”, afirmou Ralf Jaeger, ministro do interior do estado Renânia do Norte-Vestfália, em agosto, altura em que Anis tinha sido detido em Friedrichshafen, por ter em sua posse um passaporte italiano falso, da altura em que viveu em Itália.

No entanto, esta não foi a única vez que o tunisino foi detido sob identidade falsa. Segundo a revista alemã Der Spiegel, Anis Amri já tinha sido detido em Berlim sob os nomes de Ahmad Z. ou Mohammed H. do Egipto, e ainda sob uma identidade falsa de cidadão libanês.

Apesar das autoridades terem recebido os documentos que permitiriam a sua deportação, Amri manteve-se na Alemanha. Na primavera, foi classificado pelas autoridades alemãs como uma ameaça, por suspeitas de ligações ao Estado Islâmico, através do líder islamita na Alemanha Abu Walaa, passando a estar sob vigilância entre março e setembro de 2016. 

As câmaras de segurança de Berlim captaram Amri a vender droga num dos parques da cidade e numa luta num bar, mas nenhuma evidência de que o tunisino planeava um assalto para conseguir comprar armas automáticas para um possível ataque foi encontrada, tendo por isso sido suspensa a vigilância.

Passado violento

O alerta da polícia dá conta que Anis Amri estará armado e pode ser violento, informação que é corroborada pelo seu passado: o jovem esteve detido em Itália por ter incendiado uma escola e foi ainda acusado de assalto violento na Tunísia. 

O tunisino, cujo documento e impressões digitais foram encontrados no camião, vivia em Berlim desde fevereiro. No entanto, recentemente, residia no estado Renânia do Norte-Vestfália, onde terá entrado em contacto com militantes do Estado Islâmico.

Ao longo da sua residência no país, Amri usou pelo menos seis nomes e três nacionalidades diferentes e foi identificado pelas agências de segurança como suspeito por estar em contacto com o grupo islamita. 

No entanto, apesar das ligações ao grupo, o Estado Islâmico não identificou o tunisino como o “soldado” que conduzia o camião de Berlim. 

Perante este fator, o ministro do interior alemão, Thomas de Maiziere, alertou que o envolvimento de Amri no ataque ainda não está confirmado, apesar dos documentos e impressões digitais terem sido encontrados no veículo. 

É um suspeito, não necessariamente o atacante. Ainda estamos a investigar todas as suspeitas”, afirmou, acrescentando que é imperativo encontrar Amri e interrogá-lo.

Por isso mesmo, as autoridades oferecem uma recompensa de até 100 mil euros por informações que levem à sua detenção e o alerta de captura já foi alargado a todo o espaço Schengen, para onde Anis poderá fugir a qualquer momento.

Nas últimas horas, terão sido detidas quatro pessoas que estiveram em contacto com o tunisino e que poderão ajudar a polícia a encontrar respostas para o ataque de segunda-feira.

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