Ao contrário do primeiro-ministro francês, que hoje defendeu que a Europa tem de limitar o número de migrantes que entram no continente, Merkel resiste às pressões internas da coligação governamental, e às externas, por parte de alguns membros da UE, e mantém a intenção de acolher um milhão de refugiados este ano.
Angela Merkel pediu aos cidadãos da Alemanha que mantenham os seus “valores", apesar do risco elevado de atentados, insistindo que a melhor resposta que pode ser dada aos terroristas é “manter uma vida normal”.
“A resposta mais forte que pode ser dada aos terroristas é continuar a viver as nossas vidas e com os valores que tivemos até hoje. Autoconfiantes e livres, atenciosos e comprometidos. Nós, europeus, vamos mostrar que a nossa liberdade é mais forte que o terrorismo”.
Como escreve o britânico The Guardian, a chanceler afasta a possibilidade de fechar a porta aos refugiados que fogem de conflitos no Médio Oriente, África e Ásia, porque isso “não resolve o problema”, e continua a defender um sistema de distribuição baseado nas condições de cada país.
“[Fechar as fronteiras] não vai resolver o problema. (…) A distribuição de refugiados de acordo com o poder económico e outras condições, e a um sistema de distribuição permanente, vão determinar se o Espaço Schengen se manterá a longo-prazo.”
Merkel vai encontrar-se hoje com o presidente francês, François Hollande, na sequência dos atentados de Paris.