Menina síria de 7 anos: "Esta noite não morri por milagre" - TVI

Menina síria de 7 anos: "Esta noite não morri por milagre"

Bana usa o Twitter para mostrar a destruição dos bombardeamentos na cidade. Medo, insegurança, tristeza, morte e escombros fazem parte do quotidiano desta criança que sonha ser professora

Uma criança tem utilizado a internet para mostrar o medo, a insegurança, a destruição e a morte que tem devastado Alepo. A cidade é alvo de bombardeamentos que já vitimaram milhares civis, entre os quais mulheres e crianças.

Bana Alabed tem sete anos e vive em Alepo, na Síria, com a mãe e dois irmãos mais novos. Com a ajuda da progenitora, a menina criou uma conta no Twitter para mostrar ao mundo a destruição causada pelos bombardeamentos do governo e da coligação internacional.

Alepo tem sido palco de fortes combates entre os rebeldes e as forças de Assad, apoiadas pela Russia. A coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, tem atacado os combatentes com bombardeamentos aéreos que, muitas vezes, acabam por atingir edifícios civis e pessoas que continuam a viver na cidade.

Um ataque aéreo na parte oriental, controlada pelos rebeldes, na cidade síria de Aleppo atingiu o maior hospital da região, pela segunda vez em poucos dias, diz uma instituição médica de voluntariado, citada pela BBC. De acordo com a UNICEF, quase 100 crianças foram mortas em menos de uma semana e só existem cerca de 30 médicos para socorrer as vítimas.

Nos últimos quatro anos, a guerra civil síria tem destruído Alepo e vitimado milhares de pessoas. Um dos irmãos de Bana nunca viveu num ambiente de paz. As publicações da menina de sete anos são simples e as descrições não têm qualquer filtro. Bana aparece a “ler para esquecer a guerra”, mas no fundo a pequena menina síria só deseja voltar a sentir-se segura na sua cidade para prosseguir o sonho de ser professora.

Numa das suas publicações, a pequena Bana grava o som dos bombardeamentos noturnos enquanto pergunta ao mundo se está a ouvir e pede a Deus para acabar com a guerra.

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É impossível saber até quando Bana e a família conseguirão ficar a salvo. Na sua última mensagem, a menina descreve a última noite como “um milagre”, apesar de estarem vivos, os bombardeamentos foram ao lado de casa.

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