Presidente da COP26 quer objetivo dos 1,5 graus "vivo" e pede "liderança" à China - TVI

Presidente da COP26 quer objetivo dos 1,5 graus "vivo" e pede "liderança" à China

Alok Sharma

Alok Sharma falou à margem do início da Cimeira do Clima em Glasgow

O presidente da Cimeira do Clima (COP26) que começa este domingo em Glasgow admite que é "muito, muito difícil" manter vivos os objetivos do Acordo de Paris, onde, em 2015, o mundo se comprometeu a estabelecer um limite de um aumento de 1,5 graus Celsius até 2100.

Em entrevista à BBC, Alok Sharma explica que o mundo está a apontar para os 2 graus, mas que "precisa de assegurar que apontamos para um valor mais baixo".

Para o responsável, as alterações climáticas são "um enorme desafio que enfrentamos coletivamente", pedindo que o mundo se junte para que se garanta que tudo está a ser feito para impedir o aumento da temperatura.

Segundo os últimos dados da Organização das Nações Unidas, o atual rumo coloca o mundo com um aumento de 2,7 graus em 2100. Alok Sharma diz que isso não tem em conta os esforços que os países começam a fazer para neutralizar as emissões de gases com efeito de estufa.

Nesse sentido, o presidente da COP26, ao estilo do que já tinha feito o primeiro-ministro do Reino Unido, quer "manter os 1,5 graus" como um objetivo "vivo".

Questionado diretamente sobre o papel da China, que é o país que mais polui em todo o mundo, Alok Sharma admite que "se esperava mais", mas aponta progressos desde 2015.

Agora, em Glasgow, Alok Sharma fala numa "real oportunidade" para que o gigante asiático se "chegue à frente e mostre liderança". Falando sobre medidas concretas, aponta que a China tem tentado acabar com financiamento através do carvão, tendo já anunciado também uma redução da utilização doméstica deste combustível fóssil, que deve começar em 2026.

Quero ver mais comprometimento de todos os países aqui, mas no fim isso vai resumir-se à capacidade negocial", acrescentou.

De acordo com o grupo de cientistas Climate Action Tracker, os esforços feitos pela China são "altamente insuficientes".

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