Esquecer-se de pagar um crédito pode ser um sinal de demência - TVI

Esquecer-se de pagar um crédito pode ser um sinal de demência

TAC - PAULO NOVAIS/LUSA

Investigadores descobriram que doentes com Alzheimer começaram a esquecer-se de pagar o cartão de crédito ou empréstimos cerca de seis anos antes de a doença ser diagnosticada

Esquecer-se de pagar um crédito pode ser um sinal de demência, indica um estudo publicado, esta semana, na revista médica JAMA (Journal of the American Medical Association). 

Investigadores da conceituada universidade norte-americana Johns Hopkins e da Reserva Federal dos Estados Unidos descobriram que doentes com Alzheimer começaram a esquecer-se de pagar o cartão de crédito ou empréstimos cerca de seis anos antes de a doença ser diagnosticada, por oposição a pacientes sem doenças mentais.

A investigação teve por base dados clínicos da Medicare (sistema estatal de seguros de saúde para maiores de 65 anos) de todo o país, informação que foi combinada com dados financeiros, de créditos e pagamentos feitos ao longo dos anos.

Penso que ficámos um bocado surpreendidos por ser tão comum que se destacava nos dados. Os médicos dizem informalmente que devemos procurar sinais de demência no livro de cheques, mas acho que ninguém se tinha apercebido de quão cedo estes sinais começam a surgir", disse a coordenadora do estudo, Lauren Hersch Nicholas, professora da Johns Hopkins, em entrevista à CNN.

Em cima da mesa estiveram relatórios de crédito ao consumo de mais de 81.000 beneficiários da Medicare, durante cerca de 20 anos, de 1999 a 2018.

É perturbadoramente comum. Descobrimos que a demência é responsável por 5% a 20% dos pagamentos falhados entre aqueles que eventualmente desenvolveram demência. Muitos outros fatores também fazem com que se possa esquecer dos pagamentos, mas a demência surgiu como um dos mais importantes nesta faixa etária", considerou a responsável.

O estudo apurou, ainda, que nos pacientes com níveis mais baixos de escolaridade o esquecimento de pagar as contas poderia começar ainda mais cedo, sete anos antes, ao contrário dos pacientes com níveis mais altos, nos quais os "sintomas" começaram apenas cerca de dois anos e meio antes do diagnóstico.

Esta diferença ainda não é clara, segundo a investigação.

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