Agência Mundial Antidopagem determinada a evitar novos ataques de «hackers» - TVI

Agência Mundial Antidopagem determinada a evitar novos ataques de «hackers»

Doping (Reuters)

Organismo está a trabalhar com especialistas em segurança informática

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A Agência Mundial Antidopagem (AMA) está a trabalhar com especialistas em segurança informática, a fim de prevenir e assegurar que não hajam novos ataques ao seu sistema, depois de hackers russos terem divulgado informação de desportistas.

«A AMA analisa seriamente a situação que afeta a privacidade dos desportistas. O grupo teve acesso à conta dos Jogos Olímpicos Rio2016, através dos endereços de email do sistema, mas não temos razão para crer que tiveram acesso a algo mais amplo», referiu a agência.

O organismo, presidido pelo britânico Craig Reedie, salientou também que «está em contacto com as agências antidopagem nacionais e as federações internacionais afetadas, para o caso de necessitarem de apoio aos desportistas mencionados».

Os desportistas e outros utilizadores do sistema ADAMS, base de dados do sistema de administração e gestão antidopagem, foram igualmente convidados a contactarem a AMA caso tenham dúvidas ou suspeitem de algo diferente nas suas contas de email.

A 13 de setembro, a AMA informou que um grupo de piratas informáticos russo, conhecido como Fancy Bears ou Tsar Team, acedeu ilegalmente à base de dados do sistema de administração e gestão antidopagem da agência, criado para seguir os controlos feitos aos atletas.

O ataque informático, que levou já o ministro russo dos Desportos, Vitaly Mutko, a negar qualquer envolvimento do seu governo, terá sido feito através de uma conta do Comité Olímpico Internacional (COI), criada a propósito dos Jogos Rio2016.

O grupo acedeu a informação de desportistas, incluindo a dados médicos confidenciais, tais como isenções por uso terapêutico de medicamentos nos Jogos do Rio2016 autorizadas por federações internacionais e organizações nacionais antidopagem, de acordo com a AMA.

Da primeira lista de nomes constavam campeãs olímpicas dos Estados Unidos, como as tenistas Serena e Venus Williams e a ginasta Simone Biles, com a segunda a visar atletas britânicos, como Chris Froome ou Bradley Wiggins, e a terceira a incluir a estrela maior da natação espanhola, Mireia Belmonte.

Na segunda-feira foram também avançados os nomes do tenista espanhol Rafael Nadal e o atleta britânico Mo Farah.

Na ficha de Nadal pode ver-se que o tenista espanhol foi autorizado, pelo médico da Federação Internacional de Ténis, Stuart Miller, a receber duas doses intramuscular de betametasona, a 23 de setembro de 2009, e várias doses de uma substância corticoide, a 30 de julho de 2012, durante os Jogos Olímpicos Londres2012.

No caso de Mo Farah, quatro vezes campeão olímpico (nos 5.000 e 10.000 metros), as autorizações remontam a outubro de 2008 e julho de 2014 e dizem respeito ao corticosteroide triancinolona e a morfina.

Após compilar dados, e de acordo com o diretor geral da AMA, Olivier Niggli, o organismo não tem dúvidas de que os ataques em curso constituem uma forma de retaliação contra a agência e o sistema antidopagem mundial devido ao relatório McLaren, divulgado a 18 de julho, que revelou a existência de um esquema de doping patrocinado por Moscovo.

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