Amal Hussain tinha sete anos e sobrevivia num campo de refugiados no norte do Iémen, à fome, malnutrição, e tudo o mais que continua a atingir milhões de refugiados naquele país devastado pela guerra, entre um governo suportado pela Arábia Saudita e fações apoiadas pelo Irão. Morreu esta sexta-feira, dias depois do repórter norte--americano Tyler Hicks ter divulgado a sua foto por todo o mundo, tornando-a um símbolo daquela crise humanitária.
Amal estava sempre sorrindo. Agora estou preocupada com os meus outros filhos", são as palavras de Mariam Ali, a mãe da menina, que só acrescenta: "O meu coração está partido".
A notícia da morte da menina Amal foi comunicada ao jornal The New York Times, para o qual trabalha o repórter Tyler Portis Hicks, Prémio Pulitzer, o qual confessou a um programa de rádio que fotografar Amal foi "difícil" e "doloroso", mas também "importante".
Ela mostra realmente o quão trágicas, a desnutrição e a fome, se tornaram no Iémen", disse o repórter fotográfico.
Na semana passada, o chefe dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Mark Lowcock, avisou o Conselho de Segurança, de que o Iémen está em perigo de ser engolido por uma "iminente e grande falta de alimentos" que pode afetar 14 milhões de pessoas.
O Iémen está num precipício. A comunidade internacional tem uma oportunidade real de deter o ciclo, sem sentido, de violência e evitar uma catástrofe iminente. A hora de agir é agora", afirmou já esta sexta-feira o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Yemen stands on a precipice. The international community has a real opportunity to halt the senseless cycle of violence and to prevent an imminent catastrophe. The time to act is now. pic.twitter.com/4k1IBIzX0U
— António Guterres (@antonioguterres) 2 de novembro de 2018