Uma assistente de bordo da holandesa KLM pediu a uma passageira que amamentava a filha num voo daquela companhia aérea que se tapasse. A denúncia foi feita no Facebook pela própria mulher, que conta que o episódio aconteceu há cerca de um mês numa viagem com partida de São Francisco, EUA, e com destino a Amesterdão, na Holanda.
Shelby Angel recorda que estava a amamentar a filha de um ano ainda antes de o avião descolar quando foi abordada por uma assistente de bordo, que lhe trazia um cobertor.
Se quer continuar a amamentar, tem de se tapar", disse-lhe a hospedeira. Angel explica que recusou tapar-se, até porque a filha não gosta de mamar coberta, e a assistente de bordo avisou-a então de que se alguém se queixasse a passageira é que teria de lidar com o problema.
Ninguém se queixou", acrescentou Angel. "Durante o resto do voo, aquela assistente de bordo nem sequer me olhava nos olhos. Senti-me extremamente desconfortável e desrespeitada. Quando chegámos a casa, fiz uma reclamação à KLM. Foi-me dito que tinha de respeitar as pessoas de outras culturas e que a resposta daquela assistente de bordo estava de acordo com as políticas da companhia", escreveu Shelby Angel no Facebook.
En resposta à divulgação do episódio, e depois de ter sido questionada no Twitter sobre a política para a amamentação, a KLM respondeu apenas que permite o ato nos voos que opera.
Contudo, para assegurar que todos os nossos passageiros de todos os contextos se sentem confortáveis a bordo, podemos pedir a uma mãe que se tape quando amamenta, para o caso de outros passageiros se sentirem ofendidos", esclareceu a companhia.
Breastfeeding is permitted at KLM flights. However, to ensure that all our passengers of all backgrounds feel comfortable on board, we may request a mother to cover herself while breastfeeding, should other passengers be offended by this.
— Royal Dutch Airlines (@KLM) 16 de julho de 2019
Desde então, a KLM tem sido alvo de críticas, nomeadamente de grupos ativistas que defendem a amamentação. Nas redes sociais, há mesmo quem peça à companhia que reconsidere, uma vez que "as necessidades de uma mãe e de uma criança devem vir primeiro" e que se alguém não quiser ver uma criança a alimentar-se "pode olhar para outro lado".