Administração Trump torna legal caça de crias de ursos com métodos "desumanos" - TVI

Administração Trump torna legal caça de crias de ursos com métodos "desumanos"

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 9 jun 2020, 17:17
Crias de urso brinacam no Alasca

Levantamento das restrições impostas no estado norte-americano do Alasca, um dos mais ricos ecossistemas do mundo, volta a permitir, por exemplo, a caça de animais a partir de aviões

Caçadores no Alasca vão brevemente poder entrar nas reservas protegidas do estado norte-americano, tendo sido levantadas as restrições que os impedia de utilizar métodos condenados por várias organizações ambientalistas, como usar donuts como isco para atrair ursos em hibernação, ou luzes artificias para entrar em covis e caçar lobos de qualquer sexo ou idade.

A administração Trump, com um documento publicado na quinta-feira, termina assim com uma interdição de cinco anos destes métodos de caça e permite outras atividades como disparar contra animais através de aviões e motas de neve.

Na base do levantamento das restrições está o argumento de que os regulamentos ambientais decretados durante a Era Obama vão contra a tradição de caça nativa.

 

 

De acordo com um comunicado do diretor do Serviço de Parques Nacionais, David Vela, “a mudança da lei vai garantir os interesses do Governo em avançar com os objetivos de conservação do meio ambiente”. 

No entanto, várias organizações ambientalistas estão a condenar esta mudança e a chamá-la de “desumana” e "questionável".

É o caso de Theresa Pierno, presidente da Associação para a Conservação de Parques Nacionais que, ao jornal Washington Post, disse que as reservas protegidas do Alasca atraem turistas de todo o mundo “com a esperança de encontrarem animais icónicos no seu habitat natural".

Abater mães e crias de ursos não é o legado que os nossos parques nacionais querem preservar”, afirma a presidente da Associação para a Conservação de Parques Nacionais.

 

Por outro lado, várias organizações de caça elogiaram a medida. Laird Hamberlin, diretor do Safari Club International, uma fundação criada por caçadores dedicados a proteger a liberdade de caçar, afirmou que as medidas implementadas em 2015 foram baseadas “nas visões subjetivas dos governantes, com completa ignorância sobre as necessidades biológicas do ecossistema do Alasca”.

A vida selvagem no Alasca é uma marca registada do nordeste dos Estados Unidos e conta com com mais de 430 espécies de aves, incluindo a maior população de águias do país. 

O Alasca é também o habitat do Urso-Pardo, considerado por muitos especialistas o maior mamífero carnívoro dos tempos atuais. 

Continue a ler esta notícia