Grande Barreira de Coral pode sofrer danos irreparáveis por causa do CO2 - TVI

Grande Barreira de Coral pode sofrer danos irreparáveis por causa do CO2

Grande Barreira de Coral pode sofrer danos irreparáveis por causa do CO2

Ambientalistas lançam alerta, depois do relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas

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A Grande Barreira de Coral, situada a nordeste da Austrália, pode sofrer danos irreparáveis dentro de 25 anos caso não sejam adotadas medidas para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) e o aquecimento global, segundo alertaram esta segunda-feira cientistas.

«É evidente que um fracasso na adoção de medidas não é uma opção», advertiu Ove Hoegh-Guldberg, que contribuiu para o relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas, que foi apresentado no Japão.

Numa intervenção em Sydney, Ove Hoegh-Guldberg alertou para o risco de desaparecimento de metade do coral nos próximos 27 anos, caso o aquecimento global não seja contido.

O biólogo marinho da Universidade de Queensland explicou que a Austrália tem experienciado uma subida da temperatura de quase um grau no último século e que nos próximos cem anos o país sofrerá outro aumento, desta feita, superior a cinco graus.

Hoegh-Guldberg considera serem «muito escassas» as perspetivas da Grande Barreira de Coral, declarada Património da Humanidade, caso a temperatura média aumente em dois graus centígrados.

A Grande Barreira de Coral começou a deteriorar-se a partir de 1990, altura em que foi detetado o primeiro recuo no seu crescimento e uma menor calcificação nos corais.

Segundo o Instituto Australiano de Ciências Marinhas, a queda do crescimento da superfície coralina deve-se ao duplo impacto provocado pelo aquecimento da água do mar e o aumento da sua acidez por causa de uma presença maior de dióxido de carbono na atmosfera.

O Governo australiano aprovou, em dezembro, um projeto mineiro na zona da Grande Barreira de Coral, cujos oponentes alertam que fará com que Austrália venha a gerar anualmente mais dióxido de carbono do que a Dinamarca e Portugal juntos.

Essa decisão foi tomada no mesmo dia em que Hoegh-Guldberg publicou um livro em que adverte que a Grande Barreira de Coral poderá desaparecer por completo em 2100.

A Grande Barreira de Coral alberga 400 tipos de corais, 1 500 espécies de peixes e 4 mil variedades de moluscos.
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