Mais porcos que pessoas em Espanha levantam preocupações a nível ambiental - TVI

Mais porcos que pessoas em Espanha levantam preocupações a nível ambiental

  • AFO
  • 21 ago 2018, 15:07
Porcos (arquivo)

Esta é a primeira vez que o número de suínos ultrapassa o número de humanos em Espanha

O número de porcos em Espanha ultrapassou, pela primeira vez desde que há registos, o números de pessoas, revela o jornal inglês The Guardian, que cita dados fornecidos pelo ministério espanhol do Ambiente. Os valores levantam várias preocupações a nível ambiental.

Atualmente, segundo estes números, existem cerca de 50 milhões de porcos, mais de três milhões e meio do que pessoas.

A população suína aumentou substancialmente desde 2013. Nos últimos cinco anos, registou-se um aumento de nove milhões de porcos e, à medida que o número sobe,  também aumenta a preocupação ambiental por causa do impacto que esta indústria tem.

Este aumento está a gerar preocupações numa indústria que, em 2017, produziu quatro mil toneladas de produtos à base da carne de porco e mais de seis mil milhões de euros de lucro.

Um dos principais problemas tem a ver com a quantidade de água utilizada na criação dos porcos, isto num país frequentemente afetado pela seca. Cada porco consome cerca de 15 litros de água por dia, sendo que esta indústria consome mais água do que as cidades de Saragoça, Sevilha e Alicante juntas.

A crescente população de suínos veio reforçar ainda mais a pecuária como a quarta maior geradora de emissões de gases com efeito de estufa, depois dos transportes, eletricidade e indústria.

Além disso, a indústria tem sido alvo de polémicas, nomeadamente na segurança alimentar. Recentemente, as autoridades espanholas desmantelaram uma rede de fornecedores que colocou mais de 50 toneladas de fiambre estragado no mercado.

As condições de trabalho nos matadouros também têm estado sob polémica. Várias greves têm alertado para as más condições de trabalho nos matadouros. Os trabalhadores deste setor são na sua maioria imigrantes e desses, muitos deles muçulmanos, que não comem carne de porco.

Quando não se consegue controlar onde já se sabe que há muita fraude, quando há muita procura e não há assim tanto produto, é isto que acontece", explicou Francisco Espárrago, produtor de presunto ibérico na Extremadura. 

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