Um juiz da Alta Corte do Reino Unido decidiu, esta quarta-feira, pelo regresso imediato ao país da jovem britânica com nacionalidade saudita, que foi levada pelo pai para ser aprisionada na Arábia Saudita.
Amina Al-Jeffery tem 21 anos e o seu progenitor, Mohammed Al-Jeffery, de 62, forçou-a a viajar para o Médio Oriente, há quatro anos, onde tem estado retida em casa, acusando-a de “má conduta” depois de ter beijado um rapaz.
Os advogados da jovem tomaram as medidas legais possíveis e pediram ao juiz britânico que ajudasse a rapariga a voltar ao Reino Unido.
Desde que chegou à Arábia Saudita, Amina Al-Jeffery é mantida numa jaula quando o pai sai de casa, sofre abusos físicos e não é devidamente alimentada. A estas acusações, o tribunal adiciona o facto de Anima não estar autorizada a casar com quem escolher, uma vez que essa decisão é também da responsabilidade do pai.
Os representantes da entidade que combate os casamentos forçados acusa ainda as autoridades sauditas de não reconhecerem a nacionalidade britânica da jovem e acusam Mohammed de ter ignorado as ordens do consulado britânico na Arábia Saudita que estipulou o regresso imediato da rapariga ao Reino Unido.
O advogado de Mohammed al-Jeffery já respondeu à acusação, dizendo que o seu cliente acredita ser “alguém com o poder de controlar até a liberdade de movimento” da filha, cuja conduta e relações desaprova.
A justiça britânica concluiu que a liberdade de Amina Al-Jeffery foi severamente comprometida e ordenou ao homem que entregue o passaporte e restantes documentos britânicos à filha para que ela possa regressar ao seu país.
As circunstâncias atuais correspondem ao cenário de um cidadão britânico que precisa de proteção. Ela está atualmente em perigo e por isso precisa ser resgatada”, disse o juiz, citado pelo Independent.
O magistrado referiu ainda que caso não tomasse esta decisão, considerar-se-ia negligente em relação à jovem.