Assassino do embaixador russo foi segurança do presidente turco - TVI

Assassino do embaixador russo foi segurança do presidente turco

  • Élvio Carvalho
  • 21 dez 2016, 12:44

Mevlut Mert Altintas fez parte do dispositivo de segurança pessoal de Erdogan pelo menos oito vezes. Entretanto, a Turquia apontou o dedo ao clérigo Fethullah Gullen pela morte do embaixador, a Rússia quer esperar pela conclusão da investigação, antes de acusar alguém

O polícia turco que assassinou a tiro o embaixador russo, Andrei Karlov, em Ancara, fez parte do dispositivo de segurança do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pelo menos oito vezes, desde a tentativa de golpe de estado de julho.

De acordo com a agência France-Presse (AFP), que cita um colunista do jornal Hürriyet, próximo do governo turco, o jovem polícia de 22 anos fazia parte da equipa que garante a segurança de Erdogan, logo depois dos guarda-costas.

Ele era membro da equipa que garante a segurança do presidente, logo depois dos guarda-costas”, escreveu Abdulkadir Selvi.

O diplomata russo foi morto a tiro pelo jovem turco Mevlut Mert Altintas, durante a inauguração de uma galeria de arte na capital turca. Andrei Karlov foi alvejado nove vezes pelo ex-polícia das brigadas especiais e acabou por não resistir aos ferimentos. Mevlut, que terá agido por "vingança" contra os bombardeamentos da Rússia na Sìria, foi abatido de seguida.

Governo turco aponta o dedo a Gullen

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia acusou o clérigo exilado Fethullah Gullen de estar por detrás do homicídio do embaixador russo Andrei Karlov, em Ancara, porém a Rússia não quer partir para conclusões precipitadas e prefere aguardar pelos resultados da investigação ao homicídio.

Esta posição foi transmitida esta quarta-feira pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov,

Neste caso não vale a pena saltar para quaisquer conclusões até que a investigação determine – como disse o nosso presidente – quem esteve por detrás do homicídio do nosso embaixador”, disse Peskov, segundo a AFP.

A acusação do ministro turco Mevlut Cavusoglu foi feita numa conversa telefónica com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry. O governante transmitiu ao chefe da diplomacia que o grupo FETO, que se acredita que seja liderado por Gulen, tenha estado envolvido.

A acusação do governo turco chega mesmo depois de Gulen ter condenado o homicídio, que classificou como um “ato terrorista” que o deixou “chocado e profundamente triste”.

O clérigo já tinha sido acusado pelo governo de estar por detrás da tentativa falhada de golpe de estado, a 15 de julho deste ano.

O corpo do embaixador já foi transferido para a Rússia e as cerimónias fúnebres – onde vai estar presente o presidente Vladimir Putin - estão marcadas para quinta-feira.

Um grupo de 18 investigadores, agentes dos serviços secretos e diplomatas russos já estão na Turquia para auxiliar as autoridades na averiguação. 

Recorde-se que, depois do incidente, as forças de segurança turcas detiveram seis pessoas. O pai, a mãe, a irmã do assassino e mais outros dois parentes foram detidos durante a noite de terça-feira em Soka, cidade natal do atacante, situada no oeste da Turquia. O sexto detido é o seu colega de apartamento em Ancara.

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