José Eduardo dos Santos: "Não deixei os cofres do Estado vazios" - TVI

José Eduardo dos Santos: "Não deixei os cofres do Estado vazios"

  • VC
  • 21 nov 2018, 13:19

Ex-presidente de Angola responde ao atual presidente João Lourenço que, em entrevista ao Expresso no último fim de semana, que encontrou os cofres do Estado vazios ou a esvaziarem-se, referindo inclusive valores

José Eduardo dos Santos nega ter deixado a presidência com os cofres vazios. Em resposta à acusação do atual presidente João Lourenço, o ex-presidente garante que deixou pelo menos 15 mil milhões ao executivo que lhe sucedeu.

Não deixei os cofres do Estado vazios. Em setembro de 2017, na passagem de testemunho, deixei 15 mil milhões de dólares no Banco Nacional de angola como reservas internacionais líquidas a cargo do um gestor que era o governador do BNA sob orientação do Governo”.

Fez a declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas, na sede da Fundação Eduardo dos Santos, em Luanda, admitindo porém a necessidade de “prestar alguns esclarecimentos” sobre a forma como conduziu a coisa pública durante os 38 anos de Governo.

Num entrevista, ao jornal português Expresso, publicada no sábado, João Lourenço disse que quando assumiu o poder encontrou os cofres vazios ou a serem esvaziados.

Precisou que há um ano, quando tomou posse, houve uma tentativa de retirar do país 1.500 milhões de dólares para serem depositados numa conta exterior de uma empresa de fachada, mas que conseguiu abortar a operação com a colaboração das autoridades britânicas, “depois de terem saído 500 milhões”.

Esta é a situação que encontrámos: os cofres do Estado já vazios com a tentativa de os esvaziarem ainda mais!”

O presidente quer encontrar os responsáveis e levá-los à justiça. Quando lhe perguntaram qual será o próximo cheque-mate, respondeu que não pode ainda revelar, “mas não tarda”.

Hoje, Eduardo dos Santos disse ainda que o Orçamento Geral do Estado é aprovado pela Assembleia Nacional e todas as receitas e despesas do Estado devem estar obrigatoriamente inscritas.

“O OGE de 2017 tinha um défice de 6% e a cobertura desse défice era suportada com a venda de títulos do tesouro aos bancos comerciais, dívida que tinha de se pagar mais tarde com juros e o dinheiro depositado no tesouro”, justificou.

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