Manuel Vicente alvo de investigação para recuperação de ativos - TVI

Manuel Vicente alvo de investigação para recuperação de ativos

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  • HCL - atualizada às 13:57
  • 19 out 2020, 11:35

Ex-vice-presidente de Angola e antigo presidente da petrolífera Sonangol está a ser alvo de uma investigação patrimonial, refere a Procuradoria-Geral da República, não detalhando, no entanto, o valor dos montantes envolvidos

O ex-vice-presidente de Angola e antigo presidente da petrolífera Sonangol, Manuel Vicente, está a ser alvo de uma investigação patrimonial com vista à recuperação de ativos para o Estado angolano, segundo uma fonte judicial.

O nome de Manuel Vicente surge associado à CIF, empresa chinesa cujos ativos em Angola passaram recentemente para a esfera do Estado e a vários negócios que remontam à altura em que liderava a Sonangol e que terão custado milhões de dólares ao país.

Segundo o jornal Expresso, os serviços de investigação da Procuradoria Geral da República (PGR) angolana estimam que a Sonangol terá entregado 2,3 mil milhões de dólares (1,9 milhões de euros), através de carregamentos de petróleo, ao empresário sino-britânico Sam Pa, o principal rosto do CIF (China Internacional Fund).

Esta operação terá sido sustentada com carregamentos de petróleo, o principal suporte das relações que, de forma nebulosa, envolveram a Sonangol e a Sinopec, petrolífera chinesa trazida para Angola por Sam Pa e parceira da empresa então liderada por Manuel Vicente na exploração do bloco 18”, noticiou o semanário no domingo.

Sem detalhar os montantes envolvidos, uma fonte da PGR adiantou que “há investigações em curso” no Serviço Nacional de Recuperação de Ativos para identificar o património de Manuel Vicente.

Contactada pela Lusa, uma fonte da Sonangol escusou-se a revelar pormenores, declarando apenas que a petrolífera estatal angolana tem estado a colaborar com as autoridades judiciais.

Estamos disponíveis para apoiar nas solicitações da PGR relacionadas com situações suspeitas que aconteceram no passado”, indicou.

A par dos generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e de Leopoldino do Nascimento Fragoso “Dino”, Manuel Vicente, outro dos homens fortes do regime do ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos, surge ligado à CIF, uma empresa chinesa fundada em 2003 para financiar projetos de reconstrução nacional e desenvolvimento de infraestruturas nos países em desenvolvimento, principalmente em África.

Segundo um relatório do centro de estudos britânico Chatham House, publicado em 2009, a CIF teria ligações à China Angola Oil Stock Holding Ltd, que negociaria com o petróleo angolano através da China Sonangol International Holding.

Entre os diretores da China Sonangol International Holding estaria Manuel Vicente, que foi investigado em Portugal por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, em 2017.

“Dino” e “Kopelipa” foram já constituídos arguidos no âmbito de uma investigação relacionada com contratos celebrados entre o Estado através do extinto Gabinete de Reconstrução Nacional e a empresa chinesa.

Na passada quarta-feira, a PGR anunciou que os dois generais entregaram vários bens ao Serviço de Recuperação de Ativos, incluindo empresas e mais de mil edifícios.

 

 

PGR da Guiné-Bissau diz que há dois processos a tramitar em que antigo PM figura como suspeito

A Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau anunciou que há dois processos a tramitar no Ministério Público em que o antigo primeiro-ministro Aristides Gomes figura como suspeito.

Em relação ao caso que se discute na comunicação social, há dois processos a tramitar nos serviços do Ministério Público por instruções do Procurador-Geral, nos quais figura como suspeito o ex-primeiro-ministro Aristides Gomes", refere a PGR no comunicado, com data de 16 de outubro, atribuído ao gabinete do Procurador-Geral da República, Fernando Gomes.

No documento, a PGR refere que "já instruiu o seu serviço competente para a abertura de um inquérito para o apuramento da violação do segredo de justiça resultante da publicação e citação do conteúdo de uma peça processual do inquérito em curso".

O presidente do Tribunal de Relação da Guiné-Bissau, Tijane Djaló, afirmou na quinta-feira que nenhum processo-crime contra o ex-primeiro-ministro Aristides Gomes deu entrada na câmara criminal daquela instituição e muito menos o despacho que aplicou medidas de coação.

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