Fungo alucinogénio está a transformar cigarras em zombies nos EUA - TVI

Fungo alucinogénio está a transformar cigarras em zombies nos EUA

Cigarras infetadas por fungo nos EUA

Apesar do seu estado, os animais continuam a deambular e a infetar outros insetos. Investigadores dizem que não há qualquer perigo para os seres humanos

A história destas cigarras surpreende e é própria de um filme de terror para os amantes do género.

Investigadores da Universidade da Virginia Ocidental descobriram um fungo chamado Massopora que contém substâncias químicas alucinogénias que infeta as cigarras ao ponto de as transformar em zombies. De acordo com a CNN, uma vez infetados, os insetos perdem as suas extremidades e também os seus genitais.

Mas a história não fica por aqui: apesar do seu estado físico, continuam a deambular como se nada se tivesse passado, contagiando outros animais saudáveis da mesma espécie. E o pior é que os machos mostram comportamentos hiper sexuais e tentam acasalar com tudo o que encontram, destaca um novo estudo.

“Este é o The Flying Dead”, brincam os cientistas numa referência à famosa série The Walking Dead.

“Estes insetos tornam-se zombies no sentido em que o fungo é que controla os seus corpos”, disse Matt Kasson, professor e um dos autores do estudo, que foi publicado na revista científica Fungal Ecology.

Conforme explicam os investigadores, as cigarras encontram o fungo quando estão no subsolo, onde podem passar entre 13 a 17 anos, antes de atingirem a idade adulta. Quando estão ao ar livre, “o corpo começa a destacar-se a revela uma infeção por fungos”.

“Os adultos infetados mantêm ou aceleram a sua atividade normal durante a esporulação, permitindo uma dispersão rápida e generalizada antes da morte do hospedeiro (…) Eles também desenvolvem um comportamento hiper sexual”, explicou Kasson.

Como o fungo manipula a cigarra

Enquanto quase um terço, se não mais, dos seus corpos são substituídos por tecido fúngico, as cigarras afetadas continuam a mover-se alheias à doença. Isto ocorre porque o fungo manipula o comportamento destes insetos para manter o hospedeiro vivo, em vez de matá-lo para maximizar a dispersão dos esporos.

"Se um de nossos membros fosse retirado ou se o nosso estômago fosse cortado, por exemplo, provavelmente ficaríamos incapacitados", disse Kasson à CNN. 

"Mas as cigarras infetadas, apesar de um terço de seu corpo ter caído, continuam a desenvolver as suas atividades como acasalar e voar como se nada tivesse acontecido. Isto é realmente único para os fungos que matam insetos", acrescentou.

Enquanto uma enorme quantidade de ‘cigarras zombies’ soa aterrador, Kasson assegura que as cigarras infetadas não constituem um perigo para os seres humanos.

 

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