A morte "em direto" no Facebook que está a chocar os EUA - TVI

A morte "em direto" no Facebook que está a chocar os EUA

Antonio Perkins foi baleado mortalmente enquanto fazia um vídeo em tempo real para o Facebook [Reprodução: Facebook]

Antonio Perkins foi atingido mortalmente enquanto partilhava um vídeo em tempo real no Facebook. As imagens foram partilhadas por milhares de pessoas e, para surpresa de muitos, ainda estão disponíveis no Facebook por não violarem os termos e as políticas da rede social

A morte de Antonio Perkins está a chocar os Estados Unidos. O jovem foi atingido a tiro enquanto partilhava um vídeo em tempo real no Facebook, na semana passada. As imagens foram partilhadas por milhares de pessoas e, para surpresa de muitos, ainda estão disponíveis no Facebook. É que, segundo a rede social fundada por Mark Zuckerberg, o vídeo não viola os termos e as políticas do Facebook.

Tudo aconteceu nas ruas de Chicago na noite de quarta-feira. Antonio Perkins, de 28 anos, conhecido localmente como Cicero Yayo, estava com a família no bairro de Lawndale e, com a câmara do telemóvel, gravava um vídeo em direto para o Facebook.

As imagens duram cerca de 14 minutos e começam por mostrar um cenário aparentemente normal: primeiro surge uma mulher a relatar o que o grupo está ali a fazer e só depois surge Perkins. É possível ver um carrinho de bebé atrás do jovem e ouve-se a voz de uma criança. Mas a um dado momento, o inesperado acontece: ouvem-se disparos e percebe-se que Perkins é atingido. O telemóvel cai e os gritos de quem está à sua volta tomam conta do plano a negro.  

A polícia de Chicago precisou que o tiroteio aconteceu pelas 8:45 na Avenida de South Drake. Perkins ainda foi transportado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

As autoridades tiveram conhecimento da existência do vídeo um dia depois e acreditam que o tiroteio esteja diretamente relacionado com a partilha realizada no Facebook.

Para surpresa de muitos, o vídeo ainda está disponível na rede social, ainda que contenha um aviso sobre a natureza violenta das imagens. É que segundo o Facebook, as imagens, apesar de violentas, não celebram a violência. Por isso mesmo, não violam os termos e as políticas da rede social.

Esta foi a segunda vez em menos de três meses que um tiroteio em Chicago foi registado ao vivo no Facebook. Em março, um outro indivíduo não identificado foi atingido com 16 disparos quando também gravava para esta rede social.

Se o passado de Chicago está marcado pelas redes de crime organizado e gangsters como Al Capone, hoje a cidade não se afasta dos piores índices de crimes relacionados com armas de fogo. Só em 2015 foram registados cerca de 500 homicídios. 

Mas agora, há o risco de acontecer tudo "em direto". A ferramenta que permite partilhar vídeos em tempo real no Facebook tem sido muita utilizada nos últimos meses e constitui, de resto, uma das estratégias de comunicação da rede social. 

Atenção: as imagens são violentas e podem chocar os espetadores mais sensíveis 

 

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