O autarca de Palermo, Leoluca Orlando, decidiu desafiar a ordem do Governo italiano de fechar o porto ao barco da ONG SOS Mediterrâneo, com 629 migrantes a bordo, e afirmou que o porto da cidade está sempre disposto "a receber barcos, civis ou de soldados comprometidos a salvar vidas no Mediterrâneo".
"A cidade que segundo o seu nome é "todo um porto" esteve e sempre estará pronta para receber os barcos, civis ou de soldados comprometidos a salvar vidas no Mediterrâneo. Estes navios e homens respeitam o direito do mar e o direito internacional, e salvam da morte dos homens, mulheres e crianças que alguns desejariam entregar em mãos do crime internacional. Ao violar o direito internacional, que impõe a prioridade de salvar vidas, está o ministro italiano do Interior que, uma vez mais, demonstrou que estamos perante um governo de extrema-direita", escreveu Leoluca no Twitter.
#Aquarius @guardian#Palermo in ancient Greek meant ‘complete port’. We have always welcomed rescue boats and vessels who saved lives at sea. We will not stop now. Salvini is violating the international law.https://t.co/xllGOSzxj9
— Leoluca Orlando (@LeolucaOrlando1) 10 de junho de 2018
No domingo, o ministro do Interior de Itália pediu a Malta que recebesse o barco da ONG SOS Mediterrâneo que o novo Governo italiano não autoriza que desembarquem em Reggio Calabria, no sul do território. De acordo com a comunicação social italiana, Matteo Salvini enviou uma carta urgente às autoridades maltesas, explicando que o Aquarius, com pessoal dos Médicos Sem Fronteiras, encontra-se a 43 milhas náuticas de Malta (quase 80 quilómetros), pelo que a obrigação de desembarque dos migrantes não pertence aos italianos.
No entanto, Malta recusou abrir o porto ao navio Aquarius e acusou Itália de colocar a vida dos migrantes em risco por não respeitar as regras internacionais.
We are concerned at #Italy authorities’ directions given to #Acquarius on high seas. They manifestly go against international rules, and risk creating a dangerous situation for all those involved -JM
— Joseph Muscat (@JosephMuscat_JM) 10 de junho de 2018
A Guarda Costeira italiana, que coordena as operações de vigilância e resgate no Mediterrâneo central, disse à agência Efe que, no sábado, foram resgatados 629 imigrantes em seis operações, nas quais participaram unidades da ilha de Lampedusa, três navios mercantes e a ONG SOS Mediterrâneo.
Todos os imigrantes - 123 menores não acompanhados e sete grávidas - foram transferidos para o Aquarius, disse a ONG francesa.