Marina Migunova estudava, em 2016, na academia naval de São Petersburgo, na Rússia. No trabalho de final de curso, a futura engenheira naval trabalhou na atualização dos mapas terrestres, que têm mudado continuamente à medida que o aquecimento global faz derreter o gelo no Ártico, e detetou então cinco pequenas ilhas enquanto analisava imagens recolhidas por satélite.
As ilhas estavam ocultas por baixo do glaciar Nansen, no arquipélago russo de Nova Zembla, ou Terra Nova, e foram agora mapeadas durante uma expedição ao Ártico. A descoberta de Marina Migunova foi agora anunciada pelo Ministério da Defesa russo que, em comunicado, acrescenta que as ilhas têm de 9.600 a 580.000 metros quadrados, ou seja, a área de cerca de 10 campos de futebol.
A agora engenheira foi entretanto distinguida com um diploma especial da sociedade russa de hidrografia pela descoberta.
À medida que o gelo nos glaciares do Ártico vai derretendo, a navegação na região torna-se possível por períodos mais longos, vantagem que a Rússia tem aproveitado por ter interesses militares e comerciais em zonas remotas do norte: na semana passada, assinala a BBC, os russos lançaram mesmo uma central nuclear flutuante que irá navegar ao longo de 5.000 quilómetros, do porto de Murmansk até Chukotka, onde os russos exploram o complexo mineiro de Chaun-Bilibin, que inclui minas de extração de ouro.