O funeral do rei Abdullah reuniu diversos líderes estrangeiros, esta sexta-feira, numa mesquita em Riade, capital da Arábia Saudita. As cerimónias contrastaram vivamente com a vida que o rei levou como um dos homens mais ricos e poderosos do Mundo.
Os restos mortais do rei foram cobertos com um pano amarelo, transportados num caixão para a mesquita Imam Turki e depositados no chão antes de um clérigo começar a oração, que se iniciou com a tradicional invocação «Allahu Akbar» (Deus é grande).
A breve oração foi dita na presença dos membros da família real, incluindo o novo rei, Salman bin Abdul Aziz, e vários líderes de países árabes e muçulmanos.
De acordo com a agência AFP, um dos primeiros a chegar foi o vice-primeiro ministro do Omã, Fahd bin Mahmud al Said, que se fez acompanhar de uma delegação de alto nível dos Emirados Arábes, seguido dos emires do Kuwait, o xeque Sabah al Ahmad al Sabah, e do Qatar, Tamim bin Hamad al Zani.
Presentes no funeral estiveram também líderes do Sudão e da Etiópia, o rei Abdallah II, da Jordânia, o presidente da Turquia, Recep Tayip Erdogan, o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, e o primeiro-ministro e Presidente egípcios, Ibrahim Mehleb, e Abdelfatah al Sisi, que cancelou a participação no Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, na Suíça.
A tradição muçulmana manda que os mortos sejam enterrados rapidamente e que o túmulo não seja ostensivo, incluindo para os mais altos representantes oficiais. Ao contrário do padrão luxuoso de outras cerimónias do mundo árabe, as exéquias do rei Abdullah foram austeras devido à estrita e radical interpretação do Islão que rege a Arábia Saudita, conhecida por wahabismo.
Além de banir qualquer tipo de funeral de Estado, o wahabismo recomenda um ato simples numa mesquita e o enterro do corpo envolto num simples sudário em campa rasa. O wahabismo também proíbe a marcação da sepultura, pois, de acordo com essa corrente do Islão, todos os muçulmanos são iguais na morte, independentemente do lugar ocupado na sociedade.
O cortejo do corpo do rei Abdullah até à mesquita foi acompanhado por uma multidão. No fim do funeral, o corpo do rei foi levado em ombros por familiares do sexo masculino para o cemitério público, onde foi enterrado numa campa anónima e sem nenhuma cerimónia, à semelhança do antecessor, o rei Fahd, que morreu em 2005. Também não foi decretado um período de luto oficial na Arábia Saudita.
O rei Abdullah da Arábia Saudita morreu esta sexta-feira de madrugada, às 01: 00 locais (22:00 de quinta-feira em Portugal continental), depois de ter sido internado com pneumonia, de acordo com um comunicado da casa real saudita.
Salman bin Abdulaziz al Saud, de 79 anos, herdou o trono e o irmão Moqren bin Abdulaziz al Saud passa a ser o novo príncipe herdeiro, indicou a Casa Real.
Funeral simples e campa anónima para o rei Abdullah
- Redação
- AR
- 23 jan 2015, 20:09
02:13
Funeral do rei da Arábia Saudita
Rei Abdullah: funeral austero e campa anónima
Cerimónia rápida e austera, como determina a tradição local, acompanhada por governantes de vários países árabes
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