A morte do guarda é um rastilho ou um presságio de que o conflito que diplomaticamente já extravasou a fronteira iemenita, também quer passar as fronteiras físicas do país, que vive sem presidente há mais de 15 dias, desde que este se refugiou no país vizinho, a Arábia Saudita. E foi esse o momento-chave que levou o governo saudita a anunciar os ataques aéreos contra os rebeldes iemenitas.
Uma decisão apoiada por uma coligação de nações árabes e dos Estados Unidos e a oposição do Irão.
Na resposta ao ataque fronteiriço de domingo, a Arábia voltou esta segunda a perpetrar vários ataques aéreos na capital iemenita, Sanaa, de modo a atingir alvos dos rebeldes que querem o poder do país, e que acabaram por matar um apresentador de televisão e ferir os seus colaboradores, como noticia a cadeia afeta aos hutis, a al-Masirah, citada pela Associated Press.
Segundo testemunhos recolhidos pela AP, estes foram os ataques mais violentos levados a cabo pela Arábia Saudita desde que começaram os bombardeamentos. O impacto terá provocado danos em vários edifícios, muitos vídeos partidos e pânico generalizado na população. A al-Masirah refere que houve baixas e outras pessoas ficaram feridas.
Coalition airstrike hits @oxfam storage facility containing humanitarian supplies in northern #Yemen http://t.co/avWExT2iWj @Reuters
— Ali Martin (@ali_m_martin) April 20, 2015
Um oficial, que falou à AP sob anonimato, disse que os bombardeamentos tendem a atingir essencialmente as montanhas em redor da capital iemenita onde os sauditas suspeitam que os rebeldes escondem os mísseis Scud.
O líder rebelde reitera que não se rende: «Quem pense que nos vamos render está a sonhar», cita a CNN.
At least 60 die in fresh airstrikes on #Yemen's capital ⚠⚠⚠⚠⚠⚠⚠ http://t.co/HkbYYRRn4s pic.twitter.com/RXT5ey3e0X
— Milan haque (@milan__haque) April 20, 2015
Nestes ataques, a coligação árabe liderada pela Arábia Saudita coloca sempre como alvo os rebeldes hutis, não mencionando o braço armado da al Qaeda no país. No entanto, o «Economic Times», que ouviu alguns especialistas, revela que o grupo extremista tem «capitalizado» com a situação, o que coloca os sauditas numa posição difícil, entre uma aliança com a al Qaeda para travar os rebeldes hutis e as consequências de atacar também estes.
AlQaeda NOW has tanks and missiles.... After seizing military bases in Hadramout and Shabwa. #Yemen #اليمن pic.twitter.com/D11T8xhDki
— Yemen Post Newspaper (@YemenPostNews) April 20, 2015
O tempo dirá até onde aguentam os rebeldes, a coligação árabe ou o povo iemenita.
O Iémen vive um clima de guerra civil há meses. O presidente Hadi foi obrigado em fevereiro a abandonar a capital e a refugiar-se na cidade portuária de Aden. No final de março, por seu turno, à medida que a investida dos rebeldes avançava, o presidente foi obrigado a abandonar o país.
Para trás ficou um povo no meio de uma guerrilha entre rebeldes e forças governamentais, numa situação «dramática», como descreveu há dias a Cruz Vermelha.
Yemen rebel head vows to defy Saudis http://t.co/HpVxz9znpz
— Noel Gibney (@Watersun555) April 20, 2015
“As I mother I shed so many tears” Latifah ran for her life with 2 month old Yusuf #Yemen http://t.co/tsVnYnLCd5 pic.twitter.com/BoYtLe6Ooe
— UN Refugee Agency (@Refugees) April 19, 2015
A agenda do Conselho Europeu desta segunda-feira não deve esquecer o tema da ordem de trabalhos, depois do líder religioso iraniano ter acusado a Arábia Saudita de «genocídio». Problemas para os quais muitos só veem como solução fugir.