Uma investigação secreta conjunta entre Argentina e Rússia permitiu apreender 400 quilos de cocaína, avaliados em 50 milhões de euros, escondidos em 16 malas num anexo da embaixada russa em Buenos Aires.
O governo argentino informou, esta quinta-feira, que o caso chegou às autoridades argentinas por iniciativa do embaixador russo em Buenos Aires, noticia a agência France-Presse (AFP).
Em dezembro de 2016, Viktor Koronelli chamou a polícia para informar que tinham sido detetadas várias malas prontas a embarcar num voo diplomático para a Rússia com 400 quilos de cocaína.
📷 Operativo internacional #narcotráfico 👉 #BsAs y #Moscú #OperativoDoceReinas #12👑 a las 13hs detalles en la #conferenciadeprensa que dará la Ministra de Seguridad Dra Patricia Bullrich pic.twitter.com/t5Rp2SGOFv
— Gendarmería Nacional (@gendarmeria) 22 de fevereiro de 2018
A descoberta deu origem a uma investigação inédita, que juntou esforços das polícias argentina e russa. Os investigadores decidiram não atuar de imediato e deixar seguir a mercadoria, mas com algumas alterações: trocaram a droga por farinha com os mesmos 400 quilos. Nas malas de viagem foram colocados localizadores GPS para que a polícia soubesse sempre do paradeiro.
📷 Compartimos imágenes del #OperativoDoceReinas👉12 valijas con cocaína. Se sustituyó la droga por harina. Se implementó un sistema de vigilancia electrónica encubierta. #BuenosAires #Moscú pic.twitter.com/ppZEKmTCHy
— Gendarmería Nacional (@gendarmeria) 22 de fevereiro de 2018
📷Las valijas fueron acondicionadas. Los investigadores atentos vigilaban para poder así desarticular la organización criminal. #OperativoDoceReinas #narcotráfico #BuenosAires #Moscú pic.twitter.com/xcfurFRpcS
— Gendarmería Nacional (@gendarmeria) 22 de fevereiro de 2018
E foi assim que, na quarta-feira, as malas chegaram a território russo num voo diplomático com as malas a bordo, levando a detenções nos dois países.
Trata-se de uma fação criminosa que estava a tentar usar o correio diplomático da embaixada russa" para levar a droga para a Europa, em concreto para a Rússia e provavelmente também para a Alemanha, explicou em conferência de imprensa a ministra argentina da Segurança, Patricia Bullrich.
De acordo com a governante, trata-se de uma das operações "mais complexas, extravagantes e profissionais que a Argentina já levou a cabo em matéria de tráfico de drogas".
A investigação durou mais de um ano e culminou com a detenção de cinco pessoas: duas na Argentina e três na Rússia.
A ministra argentina revelou que um dos detidos no país é Iván Blizniouk, subintendente da polícia de Buenos Aires, que fazia operações de segurança na embaixada. O polícia foi detido quando regressava à Argentina com a namorada, num voo oriundo de Roma. O outro detido é Alexander Chikalo, um cidadão russo naturalizado argentino.
A AFP adianta que Ali Abyanov, ex-funcionário da embaixada em Buenos Aires que fez entrar as malas na Rússia, foi detido em Moscovo. Na chegada à capital russa, as malas foram colocadas no Ministério do Interior até que duas pessoas, Ishtimir Khudzhmov e Vladimir Kalmykov, apareceram para as levar e foram também detidas, refere a mesma agência noticiosa.
📷 Estas imágenes corresponden a la entrega vigilada del material estupefaciente sustituído en la ciudad de #Moscú y la detención de involucrados. Acciones combinadas entre #GNA🇦🇷 y el Servicio Federal de Seguridad Ruso #OperativoDoceReinas #narcotráfico pic.twitter.com/LAvWaZzbz1
— Gendarmería Nacional (@gendarmeria) 22 de fevereiro de 2018
Por apanhar está o cabecilha da rede, identificado como “senhor K”. A ministra argentina da Segurança confirma que o suspeito está em fuga na Alemanha e espera que possa vir a ser detido pelas autoridades germânicas.