Ambientalistas russos lançaram um alerta para os danos que o lixo que o ser humano produz causam à vida selvagem. Uma cria de urso polar da Ilha de Wrangel, no Ártico, no nordeste da Rússia, ficou pelo menos duas semanas com uma lata de leite condensado presa na boca e ficou muito ansiosa sem se conseguir alimentar durante todo o tempo.
As imagens da cria de urso e da mãe foram publicadas pelo The Siberian Times. A cria tornou-se um símbolo de como os animais são afetados pelo lixo humano.
De acordo com o jornal russo, os guardas florestais encontraram os animais à procura de comida e foram obrigados a sedar os dois ursos para retirar a lata em segurança.
A tampa da lata ficou presa na boca da cria, provavelmente enquanto ela lambia o interior. Os guardas acreditam que isso aconteceu quando o pequeno urso foi procurar comida no lixo. A cria mordeu uma lata deixada por um grupo de pessoas contratado para limpar o lixo que estava a poluir a ilha.
Polar bear cub gets tin can trapped in its mouth. Case on remote Arctic island highlights threat from man's garbage https://t.co/0gNCdhk1C7 pic.twitter.com/yLntY7yP69
— The Siberian Times (@siberian_times) 8 de novembro de 2016
Alexander Gruzdev, chefe da reserva natural da ilha russa, disse à BBC que a cria está bem e que os guardas-florestais continuam a retirar as toneladas de lixo que ainda existem na ilha.
A cria foi avistada no fim de setembro, a seguir a mãe em busca de comida. Os guardas florestais tiveram que tomar cuidado para retirar a lata da boca do animal de modo a não provocar um grande sangramento.
"Felizmente, tudo acabou bem e esperamos que não aconteçam situações similares no futuro", disse Gruzdev.
O responsável realçou os perigos para os animais de deixar lixo e detritos em locais naturais.
“Este caso mostra o perigo do lixo que o homem produz para os animais selvagens. Às vezes os animais comem sacos plásticos onde tinha sido guardada comida", acrescentou.
A ilha de Wrangel, que é património mundial da Humanidade, tem das maiores populações de ursos polares do mundo e é um dos últimos refúgios para estes animais em vias de extinção.