Ou converte-se ao islamismo ou morre - TVI

Ou converte-se ao islamismo ou morre

Asia Bibi

A difícil escolha de Asia Bibi. Mulher católica acusada de ter criticado o profeta Maomé responde pelo crime de blasfémia e enfrenta a pena de morte

Uma mulher católica está condenada ao enforcamento no Paquistão pelo crime de blasfémia. Agora, é obrigada a escolher entre ser convertida ao islamismo ou morrer. A história de Asia Bibi está agora publicada em livro. Mostrar ao mundo a sua causa para que o mundo a salve da morte.

Asia Bibi foi detida em Junho de 2009. Perante o chefe da aldeia e rodeada de pessoas, Asia Bibi, mãe de cinco filhos, é acusada de ter desrespeitado o profeta Mohammed. Admitiu estar inocente por diversas vezes, mas não acreditaram na sua palavra.

Os acusadores, Musarat e três mulheres, referiram que a mulher católica insultou o islamismo e o profeta Maomé. Para se redimir, foi sugerido à mulher que se convertesse. O chefe da aldeia disse: «Deves converter-te ao islamismo. Pretendes redimir-te através da conversão para muçulmana?», contou a vítima ao «Chicago Review Press».

Quanto à conversão, Bibi não quis aceitar afastar-se do catolicismo e pediu novamente que acreditassem na inocência dela, o que não aconteceu. «Estás a mentir! Toda a gente sabe que cometeste esta blasfémia e isso é prova mais do que suficiente», disse o chefe contra a mulher.

Asia Bibi foi agredida violentamente com paus pelas outras pessoas e chegou a acreditar que ia morrer. Quando questionada quanto à possibilidade de mudar de religião, voltou a negar e, por isso, continuaram as agressões.

No momento em que a mulher estava quase a ficar inconsciente, a polícia chegou e atiraram Bibi para dentro de uma carrinha, transportando-a para a esquadra de Nankana Sahib.

Já no gabinete do chefe da polícia, com o braço partido, pediu água e compressas para as feridas «que não paravam de deitar sangue» mas deram-lhe um velho pano de cozinha.

Mais tarde, a mulher viu Musarat e o «gangue» a entrarem na esquadra. À polícia falaram dos supostos insultos que foram feitos à religião e ao profeta. Segundo Bibi, «de fora da esquadra conseguia ouvir gritos que diziam 'morte à católica!'».

Depois de terem preenchido o relatório, os polícias perguntaram à vítima das agressões o que ela tinha a dizer em defesa, sendo a resposta a inocência e a negação de tais insultos.

Bibi foi algemada e transportada para a prisão de Sheikhupura, onde está detida.

O livro publicado pela editora Chicago Review Press e escrito por Anne-Isabelle Tollet será lançado no mês de setembro e pretende realçar a história desta mulher que se tornou um símbolo dos atos de violência que são cometidos por questões de religião, uma questão de direitos humanos.
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