O Japão rejeitou mais de 99% dos pedidos de asilo feitos por refugiados. No ano passado, o país só aceitou acolher 28 refugiados, apenas mais uma pessoa do que no ano anterior.
Em 2016, o número de pedidos de asilo feitos ao Japão foi o mais elevado de sempre. O país registou 10.901 pedidos, mais 3.000 do que no ano anterior. Mas entre estes milhares, apenas 28 pessoas foram acolhidas.
Os ativistas que defendem os direitos dos refugiados criticam a posição do Japão, argumentando que o país, que é uma das economias mais ricas do mundo, tem a obrigação de fazer mais nesta matéria.
Por sua vez, os oficiais do governo japonês justificam a rejeição de pedidos de asilo, afirmando que, na maioria dos casos, se tratam de migrantes que procuram o país por razões económicas e não para fugir de zonas de conflito.
Atualmente, o Japão tem 127 milhões de habitantes, mas, de acordo com estudos recentes, prevê-se que este número caia para apenas 40 milhões em 2060.
A imigração e o acolhimento de refugiados poderiam combater este problema, mas, no geral, a maioria dos cidadãos tem um olhar cético sobre os imigrantes.
Segundo um inquérito governamental, cerca de 30% dos imigrantes que vivem no país já foram vítimas de atos de xenofobia.
As situações de discriminação no país são frequentes, como contou um refugiado a viver no país à AFP.
"Para nós, de pele negra, é um pouco difícil. Às vezes, quando me sento no comboio, alguns japoneses trocam de lugares."