Venezuela: militares forçam portas do parlamento - TVI

Venezuela: militares forçam portas do parlamento

  • 8 ago 2017, 10:01
Primeira sessão da Assembleia Constituinte na Venezuela

Para dar acesso a membros da Assembleia Constituinte. ONG estima que já morreram mais de 100 pessoas desde abril nos confrontos com o governo

O presidente do parlamento venezuelano denunciou que um grupo de elementos da Guarda Nacional Bolivariana forçou as portas do hemiciclo na segunda-feira à noite para permitir o acesso de membros da nova Assembleia Constituinte.

Em comunicado, Júlio Borges afirmou que "os 'oficialistas' [membros do Governo] Delcy Rodriguez (presidente da Assembleia Constituinte), Dario Vivas e Fidel Vasquez, acompanhados por vários membros da Guarda Nacional Bolivariana, liderados pelo coronel Bladimir Lugo (...), forçaram as portas e assaltaram o hemiciclo".

"Aproveitando a noite, estes altos funcionários do Governo cometeram este atropelo contra a sede do poder legislativo e estão a adaptar o espaço para uma reunião da fraudulenta Assembleia Constituinte, que se vai realizar na terça-feira, pelas 10:00" (15:00 em Lisboa), indicou Borges no mesmo comunicado.

Também o parlamento venezuelano, onde a oposição é maioritária, aprovou um acordo em defesa da atual Constituição e no qual considerou "nula e inexistente" a destituição da procuradora-geral, decidida pela nova Assembleia Constituinte.

De acordo com os deputados, o ato em que a nova Assembleia Constituinte destituiu Luísa Ortega Diaz, procuradora-geral da Venezuela, é "nulo e inexistente".

Para a oposição venezuelana, "não se trata de defender um nome", "mas de defender a democracia" e por isso a procuradora-geral continua a ser Luísa Ortega Diaz, o que torna "nula e inexistente" a nomeação do provedor de justiça, Tarek William Saab, para substituir Diaz.

A Organização Não Governamental Foro Penal Venezuelano (FPV) estimou em 101 o total de pessoas mortas durante as manifestações que começaram no país desde abril, a maioria contra o Governo de Nicolás Maduro.

O diretor da FPV, Alfredo Romero, indicou numa conferência de imprensa que a onda de protestos levou a 5.092 prisões e que 1.325 pessoas continuam presas.

Entre os detidos, explicou, estão 626 civis que foram submetidos a tribunais militares, enquanto 389 foram enviados para a prisão por decisão da Justiça Militar.

 

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