Motorista polaco tentou evitar ataque em Berlim - TVI

Motorista polaco tentou evitar ataque em Berlim

Lukasz Robert, de 37 anos, foi uma das 12 vítimas do atentado no mercado de Natal na noite de segunda-feira. Foi encontrado na cabine do camião que abalroou a multidão, com sinais físicos de ter travado uma luta e ferimentos causados por arma branca e de fogo

O motorista do camião com matrícula polaca usado no ataque ao mercado de Natal de Berlim, e que foi encontrado morto na cabine do veículo, terá tentado evitar o atentado, reivindicado pelo Estado Islâmico, na noite de segunda-feira, em que morreram 12 pessoas e 48 ficaram feridas.

Esta é pelo menos a conclusão avançada pelo jornal alemão Bild, que cita fonte da investigação.

O polaco Lukasz Robert, de 37 anos, foi encontrado na cabine do veículo, no lugar ao lado do condutor, com sinais físicos de ter travado uma luta e ferimentos causados por arma branca e de fogo, com este último a determinar a causa de morte.

De acordo com o relatório da autópsia a que o Bild teve acesso, a hora da morte coincide com o momento em que o camião abalroou a multidão, com Lukas Robert a resistir às múltiplas agressões infligidas, mas acabando por morrer depois de atingido por uma arma de fogo de pequeno calibre.

O motorista polaco terá lutado com o atacante ou atacantes até ao último minuto e, acrescenta a revista Der Spiegel, estaria ainda vivo quando os serviços de emergência acorreram ao local.

Teve de haver uma luta. Provavelmente, o terrorista atacou-o com uma faca inúmeras vezes porque este tentou impedir a tragédia”, escreve o Bild, citando fonte da investigação.

Em declarações à imprensa local e internacional, o proprietário da transportadora polaca, e primo da vítima, Ariel Zurawski, disse ser impossível que Lukas Robert tenha sido atacado apenas por um suspeito, uma vez que era um homem possante, com 1,85 m de altura e 120 quilos de peso.

Zurawski contou, também, que só soube o que tinha acontecido com o seu primo quando as autoridades polacas foram até sua casa, cerca das 22:00 locais, para o levar para interrogatório, que duraria seis horas. As autoridades mostraram-lhe a foto de Lukasz para identificação.

Tinha muitas feridas de faca, tinha a cara inchada e ensanguentada, como se tivesse andado à luta”, descreveu, mostrando a imagem aos jornalistas.

O proprietário da empresa de transportes polaca deixou de ter contacto com o motorista horas antes do ataque. Lukaz Robert, que levava aço de Turim, Itália, para entregar numa empresa alemã a cerca de cinco quilómetros do mercado de Natal, não conseguiu descarregar a mercadoria na segunda-feira e teria de esperar até terça-feira. Cerca das 14 horas, deixou o camião estacionado junto à empresa, momento registado nas câmaras de videovigilância. Às 15 ainda falou com a mulher, ficando a partir dessa hora incontactável.

À distância, Zurawski estranhou as movimentações do GPS do camião, com várias tentativas de ignição, apontando, por exemplo, os registos das 15:19 e das 15:44. O GPS mostrou depois o camião a movimentar-se em pequenas distâncias antes das 17 horas e depois das 17:30, na direção do mercado de Natal. Movimentações pouco habituais e que levaram o proprietário polaco a contactar, sem sucesso, o primo. Há ainda o registo da entrada na praça do mercado de Natal às 19:34 e, por fim, a última leitura é já das 20 horas.

Às 20 horas, o camião polaco abalroou a multidão que se encontrava no mercado de Natal de Berlim. Um paquistanês foi detido por suspeitas de autoria do atentado, mas acabaria por ser libertado. Um segundo suspeito foi detido na madrugada de quarta-feira e posteriormente libertado. Durante a manhã, foi divulgada a informação de que as autoridades alemãs procuram, neste momento, um tunisino, cujo documento de identificação foi encontrado na cabine do camião.

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