Bruxelas: a confissão do terrorista que "queria matar um judeu" - TVI

Bruxelas: a confissão do terrorista que "queria matar um judeu"

Imagem de dois suspeitos dos atentados no aeroporto divulgada na imprensa belga

Terroristas do ataque ao aeroporto de Zaventem, Najim Laachraoui e Ibrahim El Bakraoui tinham ainda como alvo "passageiros que viajassem para os EUA"

Najim Laachraoui e Ibrahim El Bakraoui, dois dos terroristas que atacaram o aeroporto de Zaventem, em Bruxelas, no ano passado, tinham como alvo "passageiros que viajassem para os EUA" e "queriam matar um judeu", avança a AFP que cita fontes ligadas ao processo.

De acordo com as mesmas fontes, a investigação levada a cabo pelas autoridades belgas suspeita que um dos balcões de check-in de uma companhia americana foi um dos alvos do ataque de 22 de março. Uma fonte próxima da investigação garante mesmo que um dos suspeitos "atacou o check-in da Delta Airlines".

Sabemos que eles tinham americanos como alvo. É claro que eles tinham alvos específicos", afirmou a mesma fonte sob anonimato, acrescentando que sabem ainda "que os terroristas estavam também obcecados com israelitas".

A investigação suspeita de que os passageiros que viajavam para Israel estiveram na mira dos bombistas do Estado Islâmico, visto que as câmaras de segurança mostram um dos suspeitos no encalço de judeus hassídicos segundos antes de uma das explosões.

Mesmo no início (da investigação) houve informações de que os alvos eram os balcões de check-in americanos, russos e israelitas", contou uma fonte da polícia norte-americana sob anonimato, acrescentando que "esse entendimento tem resistido nas investigações posteriores, inclusive com a alegada confissão de Mohamed Abrini (terceiro suspeito dos ataques)".

Durante o interrogatório, Mohamed Abrini, o terrorista que não se fez explodir no aeroporto de Bruxelas, admitiu ser o "homem de chapéu" que acompanhava os dois bombistas suicidas.

Judeus eram o alvo

Outras fontes próximas à investigação contaram também que imagens de videovigilância que nunca foram divulgadas mostram Najim Laachraoui a "vigiar" cerca de 60 estudantes do secundário antes de se decidir a perseguir dois judeus ortodoxos.

O atacante parece correr para dois judeus ortodoxos. Ele queria, realmente, matar um judeu", acrescenta a fonte.

Por sua vez, uma fonte do governo norte-americano diz que Laachraoui tinha como um alvo um judeu hassídico, facilmente reconhecido pela forma como se vestem: fatos pretos, camisas brancas, longas barbas e chapéus.

Najim Laachraoui e Ibrahim El Bakraoui, que se fizeram explodir no aeroporto, mataram 16 pessoas no aeroporto de Zaventem, entre eles quatro americanos, e dois israelitas, de 23 e 28 anos, tiveram de ser tratados em Jerusalém depois dos ataques.

Uma hora depois do ataque ao aeroporto, o irmão de um dos terroristas, Khalid El Bakraoui, atacou uma estação de metro próximo do Parlamento Europeu, matando 16 pessoas.

A imprensa belga avança que os investigadores encontraram mensagens de Khalind em que este indicava os voos que partiam todas as terças-feiras de Bruxelas para os EUA, Rússia e Israel. No entanto, os investigadores não confirmam essa informação. 

Certo é que o ataque aconteceu cerca das 8:00 numa terça-feira, pouco antes dos voos programados pelas companhias United, American, Delta, El Al, Brussels Airlines e Russia Aeroflot.

No entanto, uma das bombas foi encontrada por explodir perto dos balcões da United e da El Al, o que para as autoridades significa que "Abrini mudou de ideias".

Num dos vídeos das câmaras de vigilância do aeroporto, é possível ver Abrini escondido atrás de um pilar, com as mãos a taparem os ouvidos.

Tudo indica que Abrini mudou de ideias", afirmou fonte governamental dos EUA.

Os investigadores acreditam ainda que os terroristas responsáveis pelo ataque em Bruxelas fazem parte da célula que organizou os ataques de Paris.

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