O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu esta sexta-feira no Twitter ao ataque aéreo que matou Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds.
O Irão nunca venceu uma guerra, mas nunca perdeu uma negociação”, afirmou Trump, sublinhando que o general abatido fora responsável pela morte de milhares de norte-americanos durante um longo período de tempo.
Donald Trump reiterou que Soleimani planeava matar “muitos mais norte-americanos, mas foi apanhado”.
General Qassem Soleimani has killed or badly wounded thousands of Americans over an extended period of time, and was plotting to kill many more...but got caught! He was directly and indirectly responsible for the death of millions of people, including the recent large number....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 3, 2020
Foi direta e indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas, incluindo o recente grande número de manifestantes mortos no Irão. Soleimani era temido e odiado dentro do país”, escreveu o presidente dos Estados Unidos, expressando que o general devia ter sido morto muitos anos antes.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo também reagiu ao ataque esta sexta-feira, avançando que a operação foi determinante para impedir um “ataque iminente” que iria provocar a morte de muitos norte-americanos na região do Médio Oriente.
Não posso avançar muito sobre a natureza das ameaças, mas o povo americano deve saber que a decisão do presidente de remover Soleimani do campo de batalha salvou muitas vidas”, disse Pompeo em entrevista ao canal da CNN.
POMPEO: “The world is a much safer place today... and I can assure you Americans in the region are much safer today.”
POMPEO’S STATE DEPARTMENT: “Everybody get the hell out of there IMMEDIATELY!!” 🚨🚨—> https://t.co/LzL9IfbaME pic.twitter.com/2AkfeqhE4x
— The Tennessee Holler (@TheTNHoller) January 3, 2020
Pompeo disse que o general iraniano estava “ativamente a planear tomar uma decisão grande que iria colocar muitas vidas em risco”.
O risco de não tomar nenhuma ação era enorme. Os serviços secretos calcuraram esse risco e o presidente Trump foi decisivo na noite passada”, disse Mike Pompeo.
Guterres diz que "o mundo não pode permitir outra guerra no Golfo"
O secretário-geral da ONU, António Guterres, avisou esta sexta-feira que “o mundo não pode permitir outra guerra no Golfo", numa referência ao ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos em Bagdad, que matou o general iraniano Qassem Soleimani.
Num curto comunicado esta sexta-feira divulgado, António Guterres apela “aos líderes para mostrarem o máximo de contenção” neste momento de tensão, sobretudo numa altura em que o Irão pede vingança pelo ataque.
"Pode haver assassínios de americanos, raptos, tentativas pelo menos”
O coronel Nuno Lemos Pires disse esta sexta-feira que mais ataques no Médio Oriente e tentativas de raptos de norte-americanos são consequências prováveis da morte do general iraniano Qassem Soleimani de madrugada em Bagdad num ataque norte-americano.
O sub-diretor-geral de Política de Defesa Nacional considerou em declarações à agência Lusa que “uma guerra aberta entre o Irão e os Estados Unidos não é provável”, mas apontou como um dos “efeitos diretos” a “desestabilização no local”.
“As consequências podem ser várias: obviamente vamos assistir a um maior número de ataques na região, mais indiretos mais diretos; pode haver assassínios de americanos, raptos, tentativas pelo menos”, indicou.
O especialista em assuntos de segurança e defesa adiantou que outras das consequências podem ser o “aproveitamento do [grupo ‘jihadista] Estado Islâmico para poder ganhar alguma base de apoio (…) o aumento do preço do petróleo (…) e o extravasar da situação” para países como a Síria e o Iémen.
Governo português acompanha com preocupação situação no Iraque e pede “máxima contenção”
O Governo português está a acompanhar “com grande preocupação” os recentes desenvolvimentos no Iraque, após a morte de um alto comandante iraniano num ataque norte-americano em Bagdad, e apelou hoje à “máxima contenção” para evitar um agravamento da situação.
Acompanhamos com grande preocupação os recentes desenvolvimentos no Iraque. Apelamos à máxima contenção a fim de evitar o agravamento da situação, com sérias consequências para a paz, estabilidade e segurança regionais e globais.
— N Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) January 3, 2020