Família de vítima do Bataclan apela a boicote a homenagem - TVI

Família de vítima do Bataclan apela a boicote a homenagem

François-Xavier Prévost (Facebook/DR)

A irmã de uma das vítimas dos atentados de Paris do dia 13 de novembro critica a atuação dos políticos e afirma que não estará presente na homenagem que estes têm prevista para esta sexta-feira

François-Xavier Prévost é o rosto que aparece na página de Facebook que apela ao boicote às homenagens oficiais da França às vítimas dos atentados, marcadas para esta sexta-feira. 

François-Xavier Prévost estava na sala de espetáculos Bataclan, na capital francesa, onde os terroristas fizeram o maior número de vítimas. Ao todo, 130 pessoas morreram no coração da França, no centro da Europa, vítimas de vários atentados nessa noite.

O presidente francês, François Hollande, estava no Estádio de França, nessa noite, e foi retirado de imediato, pelos serviços de segurança, após as explosões, enquanto outros milhares continuavam a ver o jogo, ignorando o que se passava no exterior.

O presidente e outros políticos vão participar, esta sexta-feira, numa homenagem pública às vítimas dos atentados de 13 novembro.

No seu luto, Emmanuelle Prévost, escolheu a rede social Facebook para expressar a sua dor e a sua revolta pela conduta desse presidente, o mesmo que em janeiro viu Paris ser abalada pelos ataques ao jornal satírico Charlie Hebdo e ao supermercado judaico. O mesmo presidente que, dez meses depois, vê o número de vítimas subir “dez vezes mais”, como escreve Emma

Por isso, Emma começa por escrever na página de Facebook dedicada ao irmão, “We miss you FX” (sentimos a tua falta): “Nós, a família de  François-Xavier Prévost, vítima das atrocidades, não participaremos” na homenagem nacional às vítimas dos atentados terroristas de 13 de novembro. E elenca as razões, numa longa carta. Entre estas, que os políticos não aprenderam nada com os atentados de 7 e 9 de janeiro; que uma pessoa é livre de ir à Síria, voltar a França e circular livremente; faz referência a 89 mesquitas em França suspeitas de professarem ideias extremistas.

E, porque “ o Estado francês resolveu fazer ataques aéreos contra o Estado Islâmico, no Iraque e na Síria, sem garantir a segurança dos seus cidadãos”.


Por tudo isto, Emmanuelle Prévost termina o post, em letras maiúsculas, com o apelo:

“Apelo ao boicote à homenagem nacional às vítimas e convido todos a partilhar a minha mensagem”. 

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