Apenas três dos 58 detidos por envolvimento nos ataques realizados contra mulheres durante a passagem de ano em Colónia são refugiados. As autoridades concluíram que a maioria dos atacantes são indivíduos da Argélia, da Tunísia e de Marrocos que já vivem no país há vários anos, ao contrário do que foi inicialmente divulgado pelos órgãos de comunicação da Alemanha.
Os refugiados foram tidos como culpados de uma noite de réveillon muito violenta na cidade de Colónia. Fontes policiais revelaram à imprensa que mais de 1000 mulheres afirmaram terem sido vítimas de ataques sexuais perpetrados por homens de origem árabe ou africana.
Estes números chocaram o país e fizeram subir o tom do debate sobre o acolhimento de refugiados. Angela Merkel tem estado debaixo de fogo e as pressões, quer de agentes políticos, quer da sociedade, no geral, têm-se multiplicado. As manifestações anti-refugiados, realizadas por movimentos como o Pegida, têm ocorrido em vários pontos do território.
Só que, agora, ao contrário do que davam conta as primeiras informações veiculadas pela imprensa, as autoridades alemãs concluíram que a grande maioria dos ataques não foi realizada por refugiados. E em mais de metade dos casos não houve ataques de natureza sexal.
O procurador Ulrich Bremer revelou ao jornal Die Welt que apenas três dos 58 detidos são refugiados – dois sírios e um iraquiano. Os restantes indivíduos são argelinos, tunisinos e marroquinos que já vivem no país há vários anos. Há ainda três alemães entre os atacantes.
Mais, Bremer sublinhou ainda que 600 das 1054 denúncias apresentadas estão relacionadas com roubos e não com violações.
As autoridades interrogaram mais de 300 pessoas e recorreram às imagens das câmaras de segurança para chegarem a estas conclusões.
Na quinta-feira, o chefe da polícia de Colónia, Jurgen Mathies, disse que a maioria dos atacantes é proveniente de países onde o comportamento registado - cercar mulheres e levá-las do seu círculo de amigos - é "normal".
Mathies afirmou que não há provas de que os ataques foram premeditados, acreditando que se espalharam através das redes sociais.
“Nunca tinha visto este fenómeno na Alemanha”, reiterou.