Vila de Mocímboa da Praia, em Moçambique, com cenário de “grande destruição” - TVI

Vila de Mocímboa da Praia, em Moçambique, com cenário de “grande destruição”

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  • 30 jun 2020, 11:44
Forças armadas de Moçambique

A maioria da população continua refugiada fora da vila e há muitas pessoas desaparecidas, havendo receios de que várias possam ter morrido durante confrontos do fim de semana

A vila de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique, apresenta um cenário de "grande destruição", mas está sob controlo das forças governamentais, após confrontos no fim-de-semana com atacantes armados, disseram hoje à Lusa diversas fontes.

Um empresário do ramo hoteleiro com interesses em Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, disse à Lusa que a vila está sem eletricidade, água e telecomunicações, na sequência dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e um grupo de atacantes armados.

A situação é grave, há muita destruição e é difícil saber o que é que não foi afetado", afirmou.

A maioria da população continua refugiada fora da vila e há muitas pessoas desaparecidas, havendo receios de que várias possam ter morrido durante os confrontos.

Fontes militares disseram à Lusa que as FDS controlam a vila, mas há focos de presença de atacantes nas redondezas.

Achamos que há malfeitores misturados com famílias fora da vila e por isso as buscas e perseguição continuam", disse um militar.

Os confrontos entre as FDS e os grupos armados eclodiram na madrugada de sábado, provocando a fuga da população.

Mocímboa da Praia já tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa ação depois reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

Os confrontos do fim-de-semana são os maiores de que há relato em Cabo Delgado desde a ocupação por insurgentes da vila de Macomia, entre 28 e 30 de maio, e consequente confrontação com as FDS moçambicanas.

Mocímboa da Praia é uma das principais vilas da província, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

A violência armada dos últimos dois anos e meio já terá provocado a morte de, pelo menos, 700 pessoas e uma crise humanitária que afeta cerca de 211.000 residentes.

As Nações Unidas lançaram, no início de junho, um apelo de 35 milhões de dólares (30 milhões de euros) à comunidade internacional para um Plano de Resposta Rápida para Cabo Delgado para ser aplicado de maio a dezembro.

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