Calvão da Silva vai a Bruxelas para discutir o terrorismo - TVI

Calvão da Silva vai a Bruxelas para discutir o terrorismo

João Calvão da Silva vê os estragos causados pela chuva, no Algarve

Ministros do Interior da União Europeia discutem resposta coordenada dos 28 na sexta-feira

Os ministros do Interior da União Europeia vão discutir na sexta-feira medidas para uma resposta coordenada à ameaça terrorista, numa reunião extraordinária em Bruxelas convocada na sequência dos atentados de Paris.

Numa reunião na qual Portugal estará representado pelo ministro da Administração Interna, João Calvão da Silva, segundo apurou a Lusa, os 28 e a Comissão vão discutir as respostas operacionais imediatas que devem ser tomadas em matérias como um registo de nomes dos passageiros (PNR) europeu, reforço dos controlos das fronteiras externas da UE, novos regulamentos para armas de fogo, combate ao financiamento de terroristas e resposta da justiça criminal.

A necessidade de “fortificar” o acesso ao espaço Schengen, de livre circulação de pessoas, ganhou ainda mais peso no debate em curso depois da confirmação de que o presumível “cérebro” dos ataques de 13 de novembro em Paris, Abdelhamid Abaaoud, foi morto numa operação realizada na quarta-feira na capital francesa, onde conseguiu chegar oriundo da Síria, apesar de ter um mandado de captura internacional emitido pela Bélgica.

O ministro do Interior francês disse que "nenhuma informação" sobre Abaaoud tenha sido comunicada por qualquer país europeu antes da sua chegada a solo francês.

"A cooperação na luta antiterrorista é crucial. É urgente que a Europa se organize para se defender contra a ameaça terrorista", declarou à imprensa Bernard Cazeneuve, que representará a França na reunião de Bruxelas.


A Comissão Europeia descarta alterações às regras de Schengen, e não favorece a abertura de uma discussão sobre o que continua a classificar como “o maior feito do projeto de integração europeia”, mas admite que há aspetos que podem e devem ser melhorados ao nível dos controlos nas fronteiras externas da UE.

A França, que decretou o estado de emergência após os ataques – tendo hoje mesmo o parlamento francês aprovado o seu prolongamento, por três meses – reclama uma resposta eficiente, rápida e coordenada ao nível da União Europeia, tendo também hoje o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, voltado a exortar a UE a adotar urgentemente medidas que permitam acesso e partilha de dados sobre passageiros de companhias aéreas, o sistema PNR europeu que está há muito a ser negociado.

"Mais que nunca, é tempo de a Europa adotar o texto (...) para garantir que se possa seguir os movimentos, incluindo dentro da união. É uma condição para a nossa segurança coletiva", afirmou.


Pelo menos 129 pessoas foram mortas em diversos ataques simultâneos na sexta-feira à noite em Paris, reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, e que visaram uma sala de espetáculos, bares, restaurantes e o Estádio de França.
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