Testemunhas relatam pânico em Londres: "Ela tinha a garganta cortada" - TVI

Testemunhas relatam pânico em Londres: "Ela tinha a garganta cortada"

  • Paulo Delgado
  • Atualizada às 3:00
  • 4 jun 2017, 02:13

Os pubs estavam cheios na zona de London Bridge com gente a ver a final da Liga dos Campeões. Três homens numa carrinha atropelaram pessoas e terão esfaqueado outras

Dez horas da noite, final da Liga dos Campeões, a pior surpresa instalou-se na zona da ponte London Bridge e nos pubs e bares locais, quando uma carrinha atropelou várias pessoas e os ocupantes - três, ao que se presume - saíram e terão esfaqueado pessoas que aproveitavam a noite de sábado.

Por volta das 22:00, uma mulher ferida entrou no pub a pedir ajuda. Estava sangrando abundantemente do pescoço. Parecia que lhe tinham cortado a garganta", relatou Alex Shellum, que estava no bar Mudlark com a namorada e dois amigos, em London Bridge.

À cadeia britânica BBC, a testemunha contou ainda que "tentaram conter a hemorragia e o pub foi fechado", enquanto na rua havia "equipas de emergência a reanimar um outro indivíduo". 

Alex Shellum contou ainda que outras pessoas procuraram refúgio em restaurantes na zona de Boroug Market, perto de London Bridge.

A polícia instruiu-nos a esperar na cozinha enquanto eles varriam a área circundante. Depois, deram-nos ordens para deixar o pub e a sair da zona a correr", contou o inglês.

"Ele deve ter escapado à carrinha e estava em choque"

No local, num dos bares, estava o estudante Martim Alves da Silva, que sobreviveu à situação, tal como outros portugueses que estavam consigo, como relatou em direto na 25.ª Hora, da TVI24.

Por volta das dez da noite, foi quando o jogo terminou. As pessoas começaram a sair e passados um ou dois minutos, os alarmes do bar dispararam, os empregados do bar imediatamente, já estão treinados para estas situações, começaram a encaminhar as pessoas para a saída de emergência", relatou o estudante português em Londres.

Ao sair pela parte de trás do bar, Martim deparou com uma pessoa atacada.

Havia um senhor de meia idade que tinha sido provavelmente esfaqueado. Estava com um conjunto de pessoas à volta. Havia situação de incerteza e apareceu a polícia militar que começou mandar toda a gente afastar-se", contou o português.

Martim estava num bar onde a carrinha usada no ataque "fez a manobra": "O atropelamento foi na entrada do bar e a saída de emergência é no lado oposto", disse na TVI24.

As pessoas ainda estavam meio perdidas porque não soubemos logo o que aconteceu. Eu perguntei a alguém e ele basicamente estava em choque. Deve ter escapado à carrinha. Estava a tremer muito", narrou o estudante português.

"Fugiram na direção do mercado de Borough"

Em direto na 25.ª Hora da TVI24, Pedro Xavier, um outro português que estava em Londres, contou que, pelo que soube a altura, os atacantes que seguiam na carrinha, saíram dela e terão começado a agredir quem estava na rua em London Bridge.

Teriam saído da carrinha, teriam esfaqueado algumas pessoas e fugiram na direção do mercado de Borough, que fica a cerca de cem metros", relatou.

Com a chegada ao local da polícia e das equipas médicas, começou então, pouco depois das dez da noite - a mesma hora em Londres e Lisboa - as operações de socorro aos feridos.

Algumas das vítimas foram transportadas num dos autocarros típicos ingleses, um "double tacker", para um hotel onde estão a ser tratadas, de forma imediata, e algumas delas também já foram para os dois principais hospitais de Londres", contou Pedro Xavier.

"Muitos tiros disparados"

Depois do atropelamento de pessoas em London Bridge, o pânico passou para Borough Market, a uma escassa centena de metros do primeiro local

O motorista do táxi virou para o mercado e ficámos presos no meio do tiroteio. Estávamos numa rua de sentido único e não podíamos dar a volta. Havia muitos tiros sendo disparados. Duas pessoas estavam no chão atrás da igreja com duas ou três pessoas inclinadas sobre elas", contou Kumi de Costa à cadeia de informação BBC.

A testemunha relatou então que "cerca de 50 policiais estavam apontando-nos as armas", quando conseguiu sair do táxi em que seguia e viu um cenário trágico.

Um homem estava saindo de um restaurante. Tinha um guardanapo no pescoço com sangue. Havia outro homem deitado no chão. Não sei se ele estava a proteger-se ou estava morto", relatou.

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