Concurso Miss França acusado de excluir candidaturas de mães e casadas - TVI

Concurso Miss França acusado de excluir candidaturas de mães e casadas

  • João Guerreiro Rodrigues
  • 21 out 2021, 15:18
Concurso Miss França

Grupo ativista e três mulheres cujas candidaturas não foram aceites processaram a Endemol por discriminação

A empresa detentora do concurso Miss França foi processada por um grupo de ativistas feministas e por três mulheres cujas candidaturas não foram aceites, devido ao que consideram ser requisitos discriminatórios.

No centro da polémica está um formulário que exige às candidatas que tenham, pelo menos, 1,65 metros de altura e exclui do processo mulheres casadas ou que tenham filhos. De acordo com o documento, extensões, perucas e tatuagens também são motivo de exclusão.

Para além disso, o documento pede um registo detalhado das medidas da concorrente e apela a que estas não sofram alterações físicas até ao momento em que forem aceites na competição. O não cumprimento destas regras pode resultar numa multa até cinco mil euros para a candidata.

Através de uma nota publicada no seu site, o grupo “Ousez le Feminisme” (Ouse o feminismo) acusa a competição de “explorar mulheres” em espetáculos que geram milhões de euros em receita, ao mesmo tempo “que violam a lei laboral” francesa.

A empresa usa mulheres para produzir um programa audiovisual extremamente lucrativo, enquanto desrespeita a legislação laboral que proíbe qualquer forma de discriminação relacionada com a moral, idade, estado civil, gravidez, traços genéticos, opiniões políticas e aparência física”, pode ler-se na página do grupo.

O coletivo feminista critica ainda aquilo que considera ser o “impacto negativo e retrógrado” que o programa tem “em toda a sociedade” e exige que a empresa “retire todas as cláusulas sexistas das suas regulações e pague às mulheres”.

A empresa-mãe do concurso, a Endemol, já interpôs um recurso contra o processo que acusa o concurso de exigir às candidatas a Miss França de fornecer um serviço e, por isso, devem ser protegidas contra a discriminação, de acordo com a lei francesa.

Contactada pela CNN, a empresa recusou tecer qualquer comentário.

Em França, e à semelhança do que se passa em Portugal, discriminação por parte dos empregadores com base no género, orientação sexual, situação familiar e traços genéticos é considerada ilegal.

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