O isolamento social tem sido aproveitado das formas mais distintas, algumas mais, outras menos produtivas. Um cientista australiano de 27 anos quis utilizar o tempo, justamente, para se sentir útil e ajudar na contenção do novo coronavírus, mas a experiência acabou da forma menos desejada.
O acidente aconteceu na quinta-feira à noite, quando Daniel Reardon, investigador na universidade de Melbourne, estava a construir um colar que emite um alarme cada vez que o utilizador leva as mãos à face.
Eu pensei que se construísse um circuito que pudesse detetar campos magnéticos, e se usássemos ímanes nos pulsos, esse dispositivo poderia fazer soar um alarme caso aproximássemos as mãos da cara".
A intenção parece, de facto, a melhor, tendo em conta que, nesta altura, levar as mãos ao nariz, boca ou olhos significa um aumento do risco de infeção por Covid-19. No entanto, a invenção não teve sucesso, porque a parte eletrónica foi montada ao contrário.
Inventei um colar que vibra continuamente, a menos que se aproxime as mãos do rosto."
A experiência de Daniel Reardon foi contada pelo próprio ao jornal 'The Guardian Australia', a quem admitiu que a engenhoca não funcionou, porque não tinha qualquer experiência a construir circuitos elétricos.
Astrophysicist gets magnets stuck up nose while inventing coronavirus device https://t.co/wNZ8bWV3hA
— Guardian Australia (@GuardianAus) March 30, 2020
Ainda assim, o acidente só aconteceu depois do falhanço criativo, altura em que Daniel, por estar entediado com o isolamento social, resolveu começar a brincar com os ímanes: prendeu-os nas orelhas, em primeiro lugar, e depois nas narinas, dois do lado de dentro, dois do lado de fora.
O cientista explica que a aflição começou quando removeu os ímanes da parte exterior do nariz. Nessa altura, as peças que estavam na parte interna do órgão juntaram-se, ficando inacessíveis com as mãos. Foi então que o homem tentou usar os outros dois ímanes para recuperar os primeiros, que estavam presos.
Depois de 20 minutos a tentar, procurei no Google o problema e encontrei um artigo sobre um miúdo de 11 anos que tinha o mesmo problema. A solução era colocar mais ímanes do lado de fora para compensar a força exercida pelos que estavam do lado de dentro".
A nova técnica não resultou, até que foi buscar um alicate para ajudar: "De cada vez que eu aproximava o alicate do rosto, o nariz inteiro deslocava-se em direção ao alicate, foi um pouco doloroso". Sem sucesso, o cientista conta que foi levado à urgência pela colega de casa.
Levou-me ao hospital onde ela trabalha, porque queria que todos os seus colegas se rissem de mim. Os médicos divertiram-se, e fizeram comentários do género 'Isto é uma lesão provocada pelo isolamento social e pelo tédio'".
O homem acabou sujeito a uma anestesia local, de forma a que os médicos lhe conseguissem retirar as peças do nariz. Claro está que prometeu não voltar a brincar com ímanes.