Sidney: os heróis que morreram para salvar os reféns - TVI

Sidney: os heróis que morreram para salvar os reféns

Katrina Dawson e Tori Johnson perderam a vida no ataque ao café Lindt, mas são já apelidados de heróis

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Os dois reféns que morreram no ataque ao café Lindt, em Sidney, são vistos como heróis pelos papéis que desempenharam para terminar o sequestro. O primeiro ataque terrorista do país durou 17 horas e resultou na perda de três vidas, incluindo a do atirador Man Haron Monis.
 
Katrina Dawson, uma advogada que trabalhava no centro empresarial de Sidney, e Tori Johnson, o gerente do café, faleceram depois de a polícia entrar no café. Os meios sociais têm-se referido a Johnson como um herói depois de ter sido baleado ao tentar lutar com o sequestrador. Dawson foi morta depois de tentar defender a colega grávida, Julie Taylor.
 
Ambos os reféns morreram devido a ferimentos depois de vários polícias armados invadirem o café, com medo de que se não fizessem nada poderiam ter-se perdido mais vidas.
 

«Estamos muito orgulhosos do nosso belo rapaz Tori, que já partiu, mas que ficará para sempre nas nossas memórias como o parceiro de vida, filho e irmão mais incrível que se pode desejar. Sentimos um sincero desgosto pela família de Katrina Dawson. Gostaríamos de agradecer não só aos nossos amigos e entes queridos pelo apoio, mas ao povo de Sidney, à Austrália e a todos em redor do mundo pelas suas orações», afirmaram os pais de Johnson num comunicado.
 

A Comissária da Polícia, Catherine Burn, disse ao jornal «The Age» que não iria comentar reivindicações sobre se a bravura de Johnson tinha permitido os outros reféns escapar, pois a polícia ainda está a tentar reconstituir o sucedido e a investigação irá durar vários meses.
 
«Eles fizeram a chamada porque acreditavam que, nesse momento, se não entrássemos, mais vidas se teriam perdido», afirmou Andrew Scipione, comissário da polícia do Sul de Nova Gales, ao Australia's News.com. Andrew confirmou que a decisão de agir foi desencadeada após a fuga de cinco reféns ter sido seguida por tiros.
 
Monis, o refugiado iraniano, também foi declarado morto no hospital. A sua história com as autoridades já tinha começado há alguns anos, tendo sido processado por enviar cartas ofensivas a famílias de soldados australianos mortos no Afeganistão. O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, afirmou que Monis tinha «uma longa história de crimes violentos, paixão pelo extremismo e instabilidade mental».
 
As homenagens às vítimas começaram logo com o nascer do dia de terça-feira. As bandeiras foram colocadas a meia haste em Sidney Harbour Bridge, um ato reproduzido em todo o país, enquanto o primeiro-ministro expressou a descrença de que um ataque destes poderia acontecer na Austrália, lugar que apelidou de «uma sociedade pacífica e harmoniosa que é a inveja do mundo».

«Katrina era uma das nossas melhores e mais brilhantes advogadas e vai fazer muita falta para aos colegas e amigos», disse Jane Needham, presidente da Ordem dos Advogados de New South Wales, num comunicado.
 
Os líderes muçulmanos pediram calma e solicitaram para o sequestro, que irá quase certamente ter ramificações em matéria de política de segurança nacional, não ser visto como indicativo de outra coisa, sendo apenas um homem que agiu sozinho.
 
Até ao momento foram contabilizados 17 reféns, incluindo os cinco que conseguiram escapar na segunda-feira. A área do café continua encerrada.
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