Fritzl admite violação mas nega homicídio e escravatura - TVI

Fritzl admite violação mas nega homicídio e escravatura

«Monstro de Amstetten» começou a ser julgado esta segunda-feira

Actualizada às 19:39

O austríaco Josef Fritzl, acusado de ter mantido em cativeiro e de ter violado a filha durante 24 anos, admitiu esta segunda-feira o crime de violação e de incesto mas negou ser responsável de homicídio ou de escravatura.

Fritzl disse ao tribunal que também ele foi abusado em criança. «Tive uma infância muito difícil», contou.

«A minha mãe não me queria. Já tinha 42 anos quando eu nasci. Simplesmente ela não queria uma criança e tratava-me mal. Fui espancado», acrescentou.

O homem de 73 anos, que ficou conhecido nos media como o «Monstro de Amstetten», entrou no tribunal de Saint Poelten cobrindo a face e recusando prestar quaisquer declarações aos jornalistas.

O austríaco manteve a filha Elizabeth em cativeiro numa cave durante 24 anos. Dessa relação incestuosa nasceram sete filhos.

Uma das crianças morreu à nascença, mas Fritzl nega qualquer responsabilidade por este óbito. Admitiu, contudo, que queimou o corpo numa caldeira instalada na cave da casa onde vivia.

Três filhos foram educados por Fritzl e a mulher deste, mas três outros passaram a vida inteira na cave com a mãe sem ver a luz do dia até terem sido libertados em Abril de 2008.

Fechada 24 anos

Elisabeth, actualmente com 42 anos, foi fechada na cave a 29 de Agosto de 1984 quando tinha 18 anos pelo pai, que na altura afirmou que a filha tinha fugido de casa para ingressar numa seita desconhecida, versão aceite pelas autoridades.

A família, que esteve separada durante anos, reuniu-se na clínica de Amstetten-Mauer depois dos sequestrados terem sido libertados pela polícia.

O depoimento da filha de Joseph Fritzl vai ser feito em tribunal através de uma gravação vídeo com 11 horas de duração, divididas em sessões de três horas.
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