Aves ingerem "centenas de pedaços de plástico por dia" nas margens dos rios - TVI

Aves ingerem "centenas de pedaços de plástico por dia" nas margens dos rios

Plástico

Investigadores revelam que as espécies, não só ingerem estas partículas, como também as dão de alimento às suas crias

As aves que vivem nas margens dos rios estão a ingerir plástico na proporção de centenas de pequenos fragmentos por dia, de acordo com um novo estudo.

Segundo a BBC, os cientistas dizem que esta é a primeira prova de que os plásticos dos rios estão a entrar no ecossistema e a subir na cadeia alimentar.

Sabe-se que bocados de plástico de 5 milímetros ou menos (micorplásticos), incluindo o poliéster ou o náilon, por exemplo, poluem os rios.

Investigadores da Universidade de Cardiff analisaram plásticos encontrados num tipo de pássaro, que mergulha nos rios em busca de insetos subaquáticos e concluíram que a ingestão de poluentes é diária.

“Esses pássaros icónicos, conhecidos como mergulhadores, estão a ingerir centenas de bocados de plástico todos os dias (…) Eles também estão a alimentar as suas crias com este tipo de fragmentos”, sublinhou Steve Ormerod, da Universidade de Cardiff.

Pesquisas recentes também mostraram que metade dos insetos nos rios do sul do país de Gales contém fragmentos microplásticos e que estes estão presentes mesmo nas profundezas dos oceanos e acabam por entrar nos corpos de organismos vivos das focas, caranguejos e aves marinhas.

Situação nos oceanos pode ter sido “subestimada”

Um novo estudo sugere ainda que a abundância de poluição microplástica nos oceanos tenha sido “amplamente subestimada”, segundo umas pesquisas que sugerem que há, pelo menos, o dobro do número de partículas, como se pensava anteriormente.

Os cientistas analisaram as águas das costas do Reino Unido e dos EUA ao usarem redes de malha mais fina, geralmente usada para filtrar o micoplástico e salientam que estas são “especialmente preocupantes”, uma vez que são do mesmo tamanho dos alimentos ingeridos pelo zooplâncton, que sustentam a cadeia alimentar marinha e desempenham um papel importante na regulação do clima global.

"Atualmente, a estimativa de concentração de microplásticos marinhos pode estar a ser muito subestimada", referiu Pennie Lindeque, do Laboratório Marítimo de Plymouth, no Reino Unido, que liderou a investigação, ao The Guardian.

Os novos dados sugerem que pode haver mais partículas microplásticas do que o zooplâncton em algumas águas mais profundas.

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