Tripulante do avião que caiu na Colômbia revela como sobreviveu - TVI

Tripulante do avião que caiu na Colômbia revela como sobreviveu

  • Sofia Santana
  • 30 nov 2016, 11:43

Erwin Trutimi fazia parte da tripulação da companhia aérea venezuelana LaMia e foi um dos últimos sobreviventes encontrados. Encontra-se internado numa clínica de Rionegro, consciente e apenas com ferimentos no antebraço e no queixo

Um dos sobreviventes resgatados dos escombros do avião que se despenhou na Colômbia, na segunda-feira, contou às autoridades que sobreviveu porque, ao contrário da maioria dos passageiros, seguiu os protocolos de segurança.

Erwin Trutimi fazia parte da tripulação da companhia aérea venezuelana LaMia e foi um dos últimos sobreviventes encontrados. Encontra-se internado numa clínica de Rionegro, estável, consciente e apenas com ferimentos no antebraço e no queixo.

A imprensa colombiana escreve que, enquanto era salvo pelas equipas de emergência, o técnico do avião contou como sobreviveu. Trutimi disse que está vivo porque seguiu os protocolos de segurança, ao contrário da maioria dos passageiros que entrou em pânico. E descreveu o ambiente de desespero que se viveu antes da queda do aparelho.

“Sobrevivi porque segui os protocolos de segurança. Muitos levantaram-se dos seus assentos e começaram a gritar. Eu pus malas entre as pernas para formar a posição fetal que se recomenda nos acidentes”, sublinhou.

Ximena Suárez, outra sobrevivente, também já falou com as autoridades. A hospedeira do voo 2922 da LaMia disse que tanto ela como Turimi viajavam na parte de trás do avião quando este se despenhou. A mulher, de 28 anos, descreveu os últimos momentos da queda do aparelho.

“O avião desligou-se por completo e teve uma forte descida, seguida de um grande impacto.”

Apesar do forte impacto e dos ferimentos graves, Ximena Suárez manteve-se consciente. Segundo a clínica onde se encontra, tem ferimentos numa perna, mas está estável e consciente. 

Além destes dois tripulantes, sobreviveram à tragédia três jogadores de futebol do Chapecoense, Alan Ruschel, Jackson Follmann e Neto, e um jornalista, de seu nome Rafael Henzel.

O médico Guillermo Mesa, do hospital San Juan de Dios, disse, na terça-feira, que o jogador Alan Ruschel, corria o risco de ficar paraplégico. O futebolista sofreu uma fratura na vértebra dorsal e estava, na altura, a ser operado para não apresentar sequelas neurológicas nos membros inferiores.

Sabe-se ainda que o jogador Neto também estava, na terça-feira, em estado considerado grave e que Jackson Follmann teve uma perna amputada.

Quanto ao jornalista, este já estava internado na Unidade de Cuidados Intensivos.

Identificação das vítimas já começou

Entretanto, a identificação das 71 vítimas já começou e as autoridades esperam que o processo possa estar concluído no menor período tempo possível.

O diretor do Instituto Nacional de Medicina Legal da Colômbia, Carlos Eduardo Valdés, afirmou que os corpos foram recuperados “em bom estado”, o que facilitará o processo.

“Depois de 18 horas de trabalho, concluiu-se a recuperação dos 71 corpos e estes foram transportados para o Instituto de Medicina Legal, onde será feita a identificação através de processos dactiloscópicos”, sublinhou..

Os processos dactiloscópicos a que o responsável se referiu correspondem a exames que envolvem o estudo dos dedos, nomeadamente as impressões digitais.

Para isso acontecer, os documentos das vítimas serão enviados a partir do Brasil e da Bolívia, respeitando os protocolos internacionais, até ao instituto de Medicina Legal colombiano.  

O voo 2922 da companhia aérea venezuelana, que opera a partir da Bolívia, LaMia despenhou-se na madrugada de segunda-feira, em Cerro El Gordo (Monte O Gordo). O aparelho tinha saído de Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, com destino ao aeroporto internacional José María Cordova, em Ríonegro, Colômbia.

Tinha 77 pessoas a bordo, incluindo jogadores e equipa técnica do cube brasileiro Chapecoense, que iria disputar a final da Taça Sul-Americana frente ao Atlético Nacional, em Medellín. O aparelho tinha ainda 22 jornalistas a bordo.

Para já, as autoridades não avançam quais terão sido as causas da tragédia, sabendo-se apenas que o avião deu o alerta de uma "falha elétrica" e depois desapareceu dos radares.

Na terça-feira, as autoridades colombianas conseguiram recuperar as duas caixas negras do avião, que deverão fornecer pistas cruciais para a investigação. 

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