Os cursos de formação para conduzir os modelos da Boeing 737 Max 8 são online e não trazem informações sobre o sistema de Aumento Característico de Manobras (MCAS, em inglês), de acordo com os porta-vozes dos sindicatos das companhias American Airlines e Southwest Airlines, avançou esta sexta-feira a CNN.
Agora, sabe-se que os pilotos da companhias American Airlines e Southwest Airlines tiveram cursos de atualização com duração entre 56 minutos e três horas, feitos por conta própria.
O MCAS foi instalado nas aeronaves e a Boeing não divulgou isso aos pilotos", conta Mark Trevino, porta-voz do sindicato que representa os cerca de 8.500 pilotos da Southwest Airlines.
O sistema MCAS, que faz o avião inclinar-se para baixo depois de perder sustentação no ar, não faz parte do curso. Mas está no centro das investigações sobre os acidentes que envolveram o modelo da Boeing na Indonésia em outubro de 2018 (Lion Air, com 189 mortos) e no Quénia a 10 de março último (Ethiopean Airlines, com 157 mortos). O capitão Denis Tajer, representante do sindicato que representa 15 mil pilotos da American Airlines, exige que a formação seja revista corrigida.
Isto é ridículo. Se vais ter equipamentos no avião que não conheces e vamos ter que batalhar contra eles numa situação de emergência, então temos que ter experiência prática."
A Boeing não contestou as acusações dos sindicatos, mas disse que está a cooperar com a auditoria que vai ser feita pelo Departamento de Transportes dos Estados Unidos.
We will fully cooperate in the Department of Transportation's audit announced by Secretary Chao. https://t.co/mFB4be4pkw
— The Boeing Company (@Boeing) March 19, 2019
Esta sexta-feira, a companhia Garuda, que opera voos na Indonésia, cancelou a encomenda de 49 aviões 737 . De acordo com a empresa, os passageiros “perderam a confiança no modelo da Boeing”.