O tsunami que assolou a Indonésia no sábado à noite continua a fazer vítimas. As autoridades elevaram o balanço, esta terça-feira, dia de Natal, já por duas vezes primeiro para 420 mortos, logo ao início da manhã em Lisboa e depois para 429 vítimas mortais, aumentando também o número de desaparecidos de 128 para 154 pessoas.
A chuva intensa está a dificultar os trabalhos das equipas de resgate que percorrem o litoral do estreito de Sonda. Com luvas para evitar cortes, uma patrulha de oficiais da Agência Nacional de Gestão de Catástrofes (BNPB) levanta um a um os destroços de madeira e ramos que há três dias formavam uma cabana turística na praia Carita, na parte noroeste da ilha de Java, noticia a agência EFE.
Hoje, até ao momento, não encontrámos qualquer cadáver. Ontem [segunda-feira] encontrámos dois entre os escombros. Revisitamos a zona para ver se nos escapou algum ou se o mar devolve algum corpo sem vida”.
Foi o que declarou à agência espanhola o responsável da brigada, Hawasi, que como muitos indonésios só tem um nome. O oficial encara como escassas as possibilidades de encontrar algum desaparecido com vida, apesar de acreditar que “os milagres existem”.
Centenas de casas humildes ficaram reduzidas a um amontoado de escombros, enquanto os edifícios construídos com melhores materiais suportaram, na maioria, o embate das águas.
Nas últimas horas, o pânico voltou a ser o sentimento geral, nas ruas de Banten, com um alerta de novo tsunami. Centenas desataram a fugir, a aflição durou durante cerca de meia-hora, mas não passou de falso alarme (veja nos vídeos associados a este artigo).
O balanço de ontem das autoridades apontava para 373 mortos e 1.459 feridos. Milhares de pessoas ficaram sem casa.
O tsunami ocorreu entre as ilhas de Java e Sumatra. Os cientistas acreditam que foi provocado pelo deslizamento submarino de terra, causado pela erupção do vulcão Anak Krakatau.
Como não houve um terramoto antes, não originou alertas. Por outro lado, as autoridades confundiram inicialmente o tsunami com uma maré crescente e chegaram a apelar à população para não entrar em pânico.
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Este foi o segundo tsunami a atingir a Indonésia este ano. O que atingiu a ilha de Celebes a 28 de setembro foi acompanhado de um forte terramoto.
A Indonésia é o quarto país em número de habitantes e também um dos mais castigados por desastres naturais.
A localização geográfica da Indonésia, no Anel de Fogo do Pacífico, e o número de vulcões ativos no país, mais de cem, tornam a nação propensa a grande atividade sísmica.
O pior tsunami na Indonésia aconteceu a 26 de dezembro de 2004 no norte de Samatra e causou cerca de 230 mil mortes numa dezena de países banhados pelo Oceano Índico, dos quais 168 mil em território indonésio.