Mundial 2018: com camisolas de seleções com as cores LGBT fintaram proibições russas - TVI

Mundial 2018: com camisolas de seleções com as cores LGBT fintaram proibições russas

  • MVM
  • 11 jul 2018, 19:42

Ativistas de seis nacionalidades equiparam-se com as cores da bandeira arco-íris e pessearam-se por Moscovo. Desafiaram a lei local que impede o que chama de "propaganda gay"

Seis ativistas vestindo as camisolas das seleções de futebol dos seus países passearam-se pela capital russa, Moscovo, durante o decorrer do Mundial 2018, de forma ordenada a formar as cores da bandeira arco-íris, símbolo dos movimentos de defesa dos direitos das lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros.

Com as cores das camisolas de Espanha, Holanda (que não esteve sequer no Mundial), Brasil, México, Argentina e Colômbia, os seis ativistas criaram as listas da bandeira LGBT: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta.

A bandeira do orgulho homossexual é um símbolo da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros e é muito pouco seguro exibi-la na Rússia, correndo-se o risco de prisão, devido à lei de 2013 que proíbe a disseminação da "propaganda gay" entre os menores de 18 anos.

Marta Márquez, de Espanha, Eric Houter, da Holanda, Eloi Pierozan Junior, do Brasil, Guillermo León, do México, Vanesa Paola Ferrario, da Colômbia e Mateo Fernández Gómez, da Argentina, visitaram lugares icónicos como a Praça Vermelha e a Catedral Ortodoxa e percorreram as ruas de Moscovo, cruzando-se, por vezes, com polícias, sempre com as camisolas vestidas e andando de forma ordenada.

Quando chegámos à Rússia, os nossos primeiros passos foram muito assustadores: Mas pouco a pouco percebemos que ninguém sabia o que estávamos a fazer. Comecei a tranquilizar-se apesar de ter estado sempre alerta”, conta Marta Marquez, à pagina da cadeia britânica de informação BBC.

O projeto, denominado de "Bandeira Oculta", visava aproveitar o facto da Rússia ser a sede do Mundial 2018 e de ser um país hostil à causa LGBT.

Durante a nossa visita de cinco dias não tivemos a sensação de estarmos em perigo. Ninguém nos ameaçou”, afirma Marta.

Antes do início do Mundial deste ano já existiam preocupações sobre a forma como as pessoas homossexuais ou transgéneros iriam ser recebidas no país.

A maioria das pessoas foi muito gentil connosco, especialmente os turistas que nos viam como iguais. Contudo, se soubessem o que estávamos a fazer, provavelmente teria sido diferente", acrescentou a espanhola.

Continue a ler esta notícia