Afinal, "homem árvore" não está curado - TVI

Afinal, "homem árvore" não está curado

  • JFF
  • 1 fev 2018, 16:05

Abul Bajandar submeteu-se a 16 cirurgias. Passados seis meses, o seu maior medo parece estar a tornar-se realidade

O “homem árvore” está em risco de voltar ao que era antes das 16 cirurgias a que se submeteu. Passaram seis meses desde que Abul Bajandar, do Bangladesh, retirou seis quilos das verrugas que lhe atribuíram a alcunha, e que parecem agora estar a regressar. O jovem teme voltar a perder a sua liberdade.

Eu fiquei bem depois daquela que eu pensava que iria ser a minha última operação, há seis meses. Pelo menos, conseguia usar uma colher e comer sozinho”, afirmou à agência EFE.

Apesar dos médicos terem conseguido remover com sucesso seis quilos de verrugas que cobriam os membros do seu corpo, num total de 16 operações, a possibilidade de Abul voltar a ser o “homem árvore” é cada vez mais real.

Agora sinto novamente dor”.

Em fevereiro de 2016, antes mesmo de Abul se sujeitar às operações, os médicos alertaram para a eventualidade das verrugas reaparecerem, reforçando o facto de que esta é uma doença sem cura.

Só não sabemos quanto tempo é que vai demorar até que as verrugas reapareçam. Podem ser meses ou anos”, afirmou Samanta Lal Sem, ao El País.

Internado há dois anos, passa os dias no mesmo quarto com duas camas, na unidade de queimados do hospital. A mulher, Halima, é a sua companhia e o seu maior apoio, passando os dias a cuidar do marido.

Abul recebe também as visitas da filha, com cinco anos, que nunca conseguiu abraçar.

Os médicos acreditam que esta é uma doença genética, ainda que nenhum familiar de Abul sofra desta condição. Não existe nenhum outro tratamento para prevenir os sintomas, à exceção da cirurgia, que não assegura, mesmo assim, que as verrugas não voltem a crescer.

Não sei se alguma vez vou ficar curado ou se alguma vez vou voltar para casa e para o trabalho”, lamenta o “homem árvore”.

Abul sofre de epidermodisplasia verruciforme, uma doença rara que, de acordo com o El País, só afeta cinco pessoas em todo o mundo. Está internado no hospital da Universidade de Dhaka, em Bangladesh. Apesar de os médicos não lhe poderem dar alta, consideram mesmo contratá-lo, para que se consiga sentir útil.

Contudo, nem sempre foi o “homem árvore”. Aos 15 anos começaram a aparecer as primeiras verrugas, que não o incomodavam. Foi só aos 20 anos que as mãos e os pés se começaram a parecer com ramos de árvore.

Ainda se sabe pouco sobre a epidermodisplasia verruciforme. Antes, pensava-se que só afetava os homens. No ano passado, o caso da menina Shahana Khatun tornou-se conhecido.

Os médicos também ainda desconhecem o porquê de se manifestar em idades diferentes.

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