O presidente cessante dos Estados Unidos, Barack Obama, publicou uma carta de despedida na página oficial da Casa Branca, na qual agradece, uma vez mais, o contributo e influência que os cidadãos norte-americanos tiveram na sua presidência.
Obama, que deixa o cargo ao fim de oito anos, e que esta sexta-feira vai ser substituído por Donald Trump, relembra as conquistas, mas também as tristezas vividas durante o período em que esteve à frente do Governo, de que são exemplo, respetivamente, o reconhecimento do casamento gay e o tiroteio numa igreja em Charleston.
A carta é endereçada ao próximo presidente, mas, no fundo, serve de resumo para o que foram os anos de Obama na Casa Branca e de tudo o que o presidente aprendeu nas duas legislaturas.
Meus caros americanos,
É tradição que o presidente em funções dos Estados Unidos deixe uma carta de despedida na Sala Oval para o americano eleito que vai tomar o seu lugar. A carta serve para partilhar o que sabemos, o que aprendemos e qualquer conhecimento que ajude o sucessor a enfrentar a grande responsabilidade associada ao posto mais alto da Nação e liderança do mundo livre.
Porém, antes de deixar o recado para o 45.º presidente, quero deixar um último obrigado pela honra [que foi] servir como o 44.º. Porque tudo o que aprendi no tempo em que estive em funções aprendi convosco. Fizeram de mim um presidente melhor e um homem melhor.
Durante estes oito anos, foram a fonte da bondade, resiliência e esperança, onde encontrei força. Vi vizinhos e comunidades ajudarem-se mutuamente durante a pior crise das nossas vidas. Enlutei-me com famílias em busca de respostas – e encontrei fé numa igreja em Charleston.
Encontrei forças na esperança de jovens licenciados e novos oficiais militares. Vi os nossos cientistas ajudarem um homem paralisado recuperar o toque e guerreiros feridos, dados como mortos, voltarem a andar. Vi americanos cujas vidas foram salvas porque, finalmente, tiveram acesso a cuidados médicos e famílias cujas vidas mudaram porque os seus casamentos foram reconhecidos como iguais aos nossos. Vi as mais pequenas crianças lembrarem-nos, através das suas ações e generosidade, da nossa obrigação de ajudar os refugiados, ou lutar pela paz, e, acima de tudo, tomar conta uns dos outros.
Vi o povo americano, em toda a sua decência, determinação, bom humor e bondade. E nos vossos atos de cidadania, vi o nosso futuro desabrochar.
Todos nós, independentemente do partido, devemos empenhar-nos nesse trabalho – o satisfatório trabalho da cidadania. Não só quando há eleições, não só quando os nossos interesses estão em jogo, mas durante o tempo de uma vida.
Vou estar lá convosco ao longo do caminho.
Quando o progresso parecer lento, lembrem-se: a América não é um projeto de uma qualquer individualidade. A palavra mais forte da nossa democracia é: 'Nós'. 'Nós, o povo'. 'Nós vamos ultrapassar'.
Sim, podemos."
Pode ler a carta original, em inglês, AQUI.