Cabelos ao vento de Michelle Obama abrem polémica - TVI

Cabelos ao vento de Michelle Obama abrem polémica

Primeira-dama dos EUA cumprimentou o novo rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz, e não cobriu o cabelo durante o tempo que esteve no país. Para uma cidadã nacional estas seriam duas ofensas muito sérias

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O presidente e a primeira-dama dos EUA, Barack e Michelle Obama visitaram, esta terça-feira, a Arábia Saudita para prestar condolências pela morte do Rei Abdullah, quando regressavam da Índia, mas a imprensa internacional está mais focada noutro aspeto, que não o funeral do rei.

Na Arábia Saudita não existe igualdade de direitos entre homens e mulheres, e o sexo feminino continua a ter de obedecer a várias regras seculares que alguns países muçulmanos já abandonaram. Por exemplo, este é o único país do mundo onde as mulheres não podem conduzir, assim como não podem sair à rua sem estar acompanhadas por um homem. Todas têm de ter um homem responsável pelas suas decisões, como viajar, estudar, até abrir uma conta bancária.

A poligamia é permitida aos homens, já as mulheres só podem pedir um divórcio se for provado que são abusadas pelo marido. Têm de andar com o corpo e cabeça cobertos quando saem e não podem tocar num homem se este não pertencer à família. Estes dois últimos foram exatamente o que levantou polémica sobre a visita de Michelle Obama.

                                 

Logo no aeroporto o governante dos EUA e a sua esposa foram recebidos pelo rei e outros membros da família real, que em fila os foram cumprimentando com um aperto de mão. Como repararam os jornalistas que acompanharam o presidente, apenas alguns dos homens, incluindo o novo rei, Salman bin Abdulaziz, cumprimentaram Michelle Obama, mas outros seguiram a norma e apenas acenaram com a cabeça e mostraram um sorriso (tal como fez a primeira-dama).

Depois, Michelle não cobriu o cabelo durante a visita, e mesmo não sendo obrigatório para as esposas de estrangeiros, já houve outras ocasiões onde o fez, como quando conheceu o Papa Bento XVI, em 2009, e durante uma visita a uma mesquita na Indonésia, em 2010.

        

Alguns jornais sauditas queixaram-se, ainda, da cor do casaco de Michelle (azul), que deveria ter sido preto tendo em conta que era uma visita de condolências e que esta é a cor que todas as mulheres usam na Arábia Saudita.

Estaria Michelle Obama cuidadosamente a tentar provar algo?

Dificilmente, pois, apesar de tudo, notaram-se alguns cuidados durante a visita. Por exemplo, durante a referida sessão de cumprimentos, Michelle manteve-se ligeiramente atrás do seu marido, mais um dos costumes do país, e apesar do «casaco azul», a primeira-dama trocou de roupa durante a viagem para a Arábia Saudita. Na Índia, Michelle trazia um vestido preto, que seria ofensivo no país do rei Salman bin Abdulaziz.

                                    

No fundo, a primeira-dama cumpriu com todas as regras «obrigatórias» e ignorou todas as «facultativas» para estrangeiros. O novo rei do país não parece ter levado a mal, até porque Michelle é a mulher do aliado mais poderoso da Arábia Saudita fora do mundo árabe.
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