Obama quer rever 200 medidas de Bush

A equipa de transição do recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já tem uma lista das 200 medidas do Governo Bush que poderão ser revistas ou suspensas, a partir de 20 de Janeiro, data em que o democrata tomará posse como 44º presidente dos EUA.

Obama já disse que a prioridade da sua governação assentará na Economia, mas o presidente eleito também quer promover políticas sobre controlo das alterações climáticas, pesquisas com células estaminais e exploração de gás e petróleo. De acordo com o «Washington Post», citado pelo «Globo», estas medidas poderão ser tomadas sem passarem pelo Congresso.

Um grupo de 12 assessores trabalhou silenciosamente durante vários meses para identificar alterações de políticas e regulamentações que poderiam ser implementadas rapidamente, logo após a sua posse.

Várias medidas implementadas pelo ex-presidente Clinton e suspensas durante oito anos de administração Bush deverão constar do leque de políticas a executar.

«Antes de decidir, (Obama) vai discutir com as forças do Congresso, bem como com os grupos interessados», revelou ao «Washington Post» o porta-voz, Stephanie Cutter. «Qualquer decisão terá de ser discutida com os nomeados para o Gabinete, nenhum deles escolhido até agora», acrescentou.

Obama já deu sinais de que pretende pôr fim às limitações impostas por Bush, em 2001, ao financiamento de pesquisas com células-estaminais, consideradas por grupos conservadores como uma forma de interrupção da vida.

O futuro presidente também deverá revogar uma medida do seu antecessor que negou à Califórnia o direito de regular as emissões de dióxido de Carbono dos automóveis.

O presidente eleito terá maioria no Congresso (Câmara dos Representantes e Senado), mas desconhece se terá uma «super maioria» no Senado. Os democratas ficarão com pelo menos 57 assentos contra 40 dos republicanos.

Se Obama conquistar os três assentos ainda em disputa, a oposição não poderá impedir os projectos do novo inquilino da Casa Branca.

Entretanto, George w. Bush recebe esta segunda-feira o seu sucessor. A crise económica e os conflitos militares em que os EUA estão envolvidos deverão marcar o encontro.