Um colecionador de arte espanhol foi surpreendido com um restauro mal feito de uma obra sua, uma pintura do artista barroco Bartolomé Esteban Murillo.
O colecionador, de Valência, pagou 1.200 euros para que o quadro fosse limpo por um restaurador de móveis. Mas, após duas tentativas, o quadro, que mostra a imagem da Virgem Maria, ficou irreconhecível.
Um restaurador de móveis se propôs a limpar a imagem da Imaculada Conceição, uma obra de Bartolomé Esteban Murillo, mas o cara (que aparentemente cobrou pelo serviço), desfigurou a obra. 👀
As duas imagens da direita são frutos das tentativas frustradas dele. pic.twitter.com/cFCDghmCfW
— 🤠🗿 Márcia Jamille (#fiqueEmcasa) 🏛️⛩️ (@MJamille) June 23, 2020
Vemos esse tipo de coisas acontecerem uma e outra vez, sem que ninguém faça nada para impedi-lo”, lamentou Fernando Carrera, professor da professor da Escola Galega de Conservação e Restauração do Património Cultural, citado pelo The Guardian.
Isto mostra o quão importantes são os restauradores profissionais. Precisamos investir na nossa herança, mas mesmo antes de falarmos sobre dinheiro, precisamos garantir que as pessoas que empreendem esse tipo de trabalho tenham formação”, acrescentou.
Este incidente traz à memória outros do mesmo género. Em 2012, uma paroquiana tentou restaurar um quadro de Jesus Cristo da sua igreja local, perto de Zaragoza. Embora as intenções fossem boas, os conhecimentos técnicos de restauro revelaram-se nulos.
E lá vamos nós! Estão lembrados do incidente do Ecce Homo? Em que uma senhorinha na Espanha, pagando de restauradora, destruiu uma imagem de Cristo? Pois é, ocorreu novamente! E também na Espanha! (...) pic.twitter.com/aLKnNiW4JA
— 🤠🗿 Márcia Jamille (#fiqueEmcasa) 🏛️⛩️ (@MJamille) June 23, 2020
No ano passado, uma estátua de São Jorge do século XVI, uma obra de uma igreja em Navarra, também chamou a atenção do público (de forma negativa) após ser restaurada.
Atualmente, não há nenhuma legislação em Espanha que proíba as pessoas de restaurarem, mesmo que o façam sem qualquer habilitação.
Em comunicado, a Associação Profissional de Restauradores e Conservadores do país condenou a falta de legislação e chamou ao incidente “um ato de vandalismo”.